MPF havia alertado governo Bolsonaro há nove dias para risco de incêndio na Cinemateca
União respondia a processo por abandono da Cinemateca, mas ação foi suspensa em maio; representantes da União, do MPF e do Audiovisual se reuniram em audiência na semana passada e procuradores alertaram para risco de incêndio, principalmente nos filmes de nitrato
247 - O Ministério Público Federal havia alertado o governo federal para o risco de incêndio na Cinemateca Brasileira, sendo que a última reunião aconteceu há nove dias, em 20 de julho, entre representantes da União, do MPF e do Audiovisual com procuradores. O galpão da instituição pegou fogo na noite desta quinta-feira (29).
O alerta constava em uma ação judicial apresentada pelo MPF-SP contra a União há um ano por abandono da Cinemateca. A promotoria questionava a falta de contrato para gestão da instituição e destaca problemas como risco de incêndio, falta de vigilância, atrasos nas contas de água e luz e de salários.
Em maio último, no entanto, o MPF-SP suspendeu a ação após um acordo no qual o governo federal se comprometeu a mostrar as ações implementadas pela preservação do patrimônio no prazo de até 45 dias, o que ainda não ocorreu.
Na semana da última semana, o risco de incêndio foi observado tanto na sede da Cinemateca, na Vila Mariana, como nos galpões da Vila Leopoldina, onde de fato ocorreu nesta quinta. “Pelo MPF, houve comentários sobre a visita realizada e sobre o fato de terem sido bem recebidos. Destacou, entretanto, o fato de risco de incêndio, principalmente em relação aos filmes de nitrato”, diz o termo da audiência.
No prédio, ficavam gravados 1 milhão de documentos da antiga Embrafilme, como roteiros, artigos em papel, cópias de filmes e documentos antigos. Alguns tinham mais de 100 anos e seriam usados na montagem de um museu sobre o cinema brasileiro. Trata-se do maior acervo audiovisual da América Latina, em cerca de 250 mil rolos de filmes.
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