Novo imortal da ABL, Gilberto Gil diz que presença do negro na vida brasileira precisa 'reluzir em determinados lugares'
Em entrevista após o resultado da eleição, Gilberto Gil afirmou que levará para a ABL aquilo que já construiu como artista e gestor cultural
247 - O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil foi eleito nesta quinta-feira (11) para ocupar uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras (ABL). Aos 79 anos, Gil recebeu 21 dos 34 votos dos acadêmicos para a cadeira 20 da ABL, vencendo o poeta Salgado Maranhão e o crítico Ricardo Daunt.
Em entrevista após o resultado da eleição, Gilberto Gil afirmou que levará para a ABL aquilo que já construiu como artista e gestor cultural. "Eu acho que é o que já tenho em mãos, o que represento, o que sou, o grau de articulação que eu consegui ter na vida em relação à questão da vida cultural brasileira. Tenho uma passagem pelo mundo institucional da cultura, como secretário de cultura de Salvador, ministro da Cultura do país. Uma obra que tem lá seus méritos, seus valores, e um certo dinamismo, uma capacidade empreendedora mínima", disse Gilberto Gil.
O cantor tropicalista defendeu a ampliação do número de acadêmicos negros no futuro. "O significado da presença do negro na vida brasileira precisa reluzir em determinados lugares. É preciso se tornar brilho. A ideia da Academia é essa de brilho, de superfície polida, brilhosa. São oportunidades que têm sido subtraídas o tempo todo aos negros no Brasil."
A eleição do músico ocorreu uma semana após o ingresso na ABL da atriz e escritora Fernanda Montenegro, em uma abertura de portas da instituição para a cultura popular. Assim como Fernanda Montenegro, ele só deve assumir a cadeira na instituição no ano que vem.
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