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    Oscar para 'Ainda Estou Aqui' coroa a luta por democracia, diz Paulo Pimenta

    O filme, segundo o deputado, "leva ao mundo a arte brasileira, mas também a história e tudo aquilo que ela significa"

    (Foto: Divulgação)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 -  O Brasil celebrou, com grande emoção, a conquista inédita do Oscar de Melhor Filme Internacional pelo longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. A vitória, além de representar um marco histórico para o cinema nacional, carrega um significado profundo sobre memória, justiça e democracia.

    Entre as muitas reações de figuras públicas e personalidades do meio cultural, o deputado federal e ex-ministro Paulo Pimenta (PT-RS) destacou a importância do prêmio não apenas para o cinema, mas também para a luta democrática no país. Para ele, a conquista do Oscar foi recebida com a mesma euforia de uma vitória em Copa do Mundo e simboliza a resistência de um povo que não desiste.

    "O Brasil ainda comemora a conquista inédita do Oscar. O povo brasileiro vibrou como quem vence uma Copa do Mundo. E não é para menos. Não é só porque é o primeiro Oscar que o cinema brasileiro recebe, mas pelo significado, pelo reconhecimento a Walter Salles, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Selton Mello, e em nome deles toda uma geração de cineastas brasileiros que fazem história. Mas mais do que qualquer outra coisa, entendo que o Oscar tem um significado especial pelo que representa o filme, a história de Eunice Paiva, o desaparecimento de Rubens Paiva, um dos capítulos mais sombrios da história da ditadura brasileira retratada de uma forma sublime, com uma sensibilidade extraordinária, que leva ao mundo a arte brasileira, mas também a história brasileira e tudo aquilo que ela significa pela importância neste momento, que todos nós lutamos pela democracia no Brasil e no mundo, contra as ditaduras, e levantamos nossa voz bem alto para dizer, para gritar ‘ditadura nunca mais!’", declarou o parlamentar.

    Pimenta, que integrou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e foi destituído do cargo durante o governo Jair Bolsonaro (PL), lembrou sua trajetória ao lado de Vera Paiva, filha de Eunice e irmã de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme. "A Vera, que está ali no filme, presente, como todos nós que ‘ainda estamos aqui’", acrescentou.

    A vitória de Ainda Estou Aqui marca a primeira vez que um longa-metragem exclusivamente brasileiro leva o Oscar de Melhor Filme Internacional. Antes disso, o país havia sido indicado quatro vezes com O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999), mas nunca havia conquistado a estatueta.

    Na cerimônia, ao receber o prêmio, Walter Salles dedicou a conquista à protagonista real da história, Eunice Paiva. "Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", disse o diretor.

    O filme narra a trajetória de Eunice Paiva, mãe de cinco filhos, que enfrentou o desaparecimento forçado e o assassinato de seu marido, o engenheiro Rubens Paiva, durante a ditadura militar. A obra, baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, transforma a dor familiar em um relato fundamental sobre os horrores do regime e a necessidade de manter viva a memória das vítimas.

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