Presidentes do Brasil e de Portugal entregam Prêmio Camões à poesia de Adélia Prado
A poeta mineira, representada por seu filho Eugênio Prado, recebeu o mais importante prêmio da língua portuguesa em cerimônia no Palácio Itamaraty
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou, na noite desta terça-feira (18), o Prêmio Camões 2024 à poeta mineira Adélia Prado, representada por seu filho Eugênio Prado, em cerimônia no Palácio Itamaraty. A solenidade contou com a presença do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que está no Brasil em visita oficial, informa a agência de notícias do Governo Federal.
Em seu discurso, Lula exaltou a obra da poeta como um reencontro do Brasil consigo mesmo. "A obra de Adélia Prado é uma janela para o coração de todos os brasileiros e brasileiras, e todos os amantes da língua portuguesa. Uma língua com palavras tão belas e únicas, tão especiais e singelas como saudade, coragem e resistência. Palavras que descrevem a potência de Adélia e a força do Brasil", destacou.
"Adélia nos inspira a fazer política como ela faz poesia. As pessoas estão no cerne da sua escrita, assim como deveriam estar no centro de qualquer ação de governo. Com a presença e o cuidado com que a mãe prepara o café para o pai que faz ‘serão’. Ou, com que um marido limpa um peixe ao lado da esposa. É também com presença e cuidado que se governa, presença na forma de políticas públicas e serviços públicos de qualidade. Cuidado com os mais vulneráveis e com o meio ambiente. A matéria prima dos poemas de Adélia Prado é a experiência do cotidiano, que se vive nas cozinhas, nas varandas e nos quintais", pontuou Lula.
O prêmio é considerado a maior honraria de reconhecimento do mérito literário em língua portuguesa do mundo e foi concedido à poeta em junho de 2024. Em texto lido por Eugênio Prado na cerimônia, Adélia agradeceu a homenagem e destacou a importância da poesia para o povo.
“A celebração da poesia é e será sempre sinal de que um povo preserva o tesouro inestimável de sua língua. Como afirmei certa vez, toda compreensão é poesia. Fiel ao chamado da poesia, qualquer povo encontrará a porta que se abre para a realidade", afirmou Adélia, que não pode comparecer à solenidade por uma fragilidade de saúde.
Sobre Adélia
Mineira de Divinópolis, Adélia Prado tem 89 anos. Além de poeta, leva os ofícios de professora, filósofa, romancista e contista. Os primeiros poemas foram publicados em jornais da cidade natal e Belo Horizonte. A sua estreia individual só aconteceu em 1975, quando remeteu para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas. Impressionado com a sua escrita, enviou os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome "Bagagem", o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.
Em 1976, o livro foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, entre outros. Em 1978 escreveu O Coração Disparado, com o qual conquistou o Prémio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro. Nos dois anos seguintes, dedicou-se à prosa, com Solte os Cachorros em 1979 e Cacos para um Vitral em 1980. Volta à poesia em 1981, com Terra de Santa Cruz. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prémio Jabuti de Literatura, com o livro Coração Disparado, escrito em 1978.
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