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    ‘A conta do desastre Bolsonaro já chegou para a elite’, diz Paulo Nogueira Batista Jr.

    “Não chegou da mesma maneira que chegou para o pobre, óbvio, porque as elites têm condições de se proteger mais. Mas todo mundo está correndo risco agora”, afirmou à TV 247 o economista em meio ao caos que vive o Brasil por conta da pandemia. Ele também comentou a provocação feita por Lula ao G20. Assista

    Jair Bolsonaro e Paulo Nogueira Batista Jr (Foto: Reuters | Brasil247)

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    247 - O economista Paulo Nogueira Batista Jr., ex-vice-presidente do Banco dos BRICS, afirmou à TV 247 que as elites brasileiras já estão pagando o preço por terem apoiado a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018.

    Com o desastre bolsonarista na condução da pandemia de Covid-19, mesmo os mais ricos não têm garantias de que conseguirão tratamento médico adequado caso contraiam a doença. A conta da eleição de Bolsonaro às elites, segundo o economista, “não chegou da mesma maneira que chegou para o pobre, óbvio, porque a classe média brasileira, as elites têm condições de se proteger mais. Mas todo mundo está correndo risco agora. Os hospitais da elite também estão com UTIs lotadas, falta de material, falta de pessoal, falta de insumos essenciais”. Ele também destacou o fracasso da política econômica de Bolsonaro, mais um fator que já faz a classe média se arrepender.

    Para Paulo Nogueira Batista Jr., a elite achou que poderia controlar Bolsonaro após sua chegada ao Palácio do Planalto, assim como a direita alemã acreditou no passado que poderia controlar Adolf Hitler. “O pessoal da ‘escolha difícil’ achou que apoiando o Bolsonaro, evitaria o PT, e que acabaria conseguindo controlá-lo, algo muito semelhante ao que aconteceu na Alemanha em 1933, quando a direita tradicional apoiou a formação de um governo com Hitler na frente na expectativa de que conseguiria controlar aquele sujeito. O Bolsonaro se mostra incontrolável. Ele não permitiu o surgimento de nenhum superministro. O Bolsonaro é incontrolável. Eu não tenho a menor expectativa de que a gente possa enfrentar os problemas do país com esse sujeito na presidência. Quando é que a direita tradicional brasileira, essa que se autointitula ‘centro’, vai compreender isso? Vai compreender que o preço que eles vão pagar, também, mas sobretudo o povo mais pobre, a população em geral, é alto demais?”.

    Lula e a convocação do G20

    Paulo Nogueira Batista Jr. comentou ainda a provocação feita pelo ex-presidente Lula em entrevista à CNN norte-americana e depois ao jornal francês Le Monde aos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, para a convocação de uma reunião do G20 para acelerar a vacinação contra Covid-19 da população global.

    Segundo o economista, Lula sabe da importância que o grupo teve na articulação da crise internacional de 2008 e tem consciência de que uma nova cooperação entre os países pode mitigar os efeitos da pandemia. “Essa sugestão do Lula foi muito interessante. Veja a sagacidade dele: falando com a CNN dos Estados Unidos, ele se dirigiu ao presidente Biden e disse a ele que está na hora de convocar uma reunião extraordinária do G20 para tratar exclusivamente do tema da vacinação, reconhecendo que esse problema da pandemia é um problema que transcende as fronteiras nacionais e exige a cooperação internacional. Poucos dias depois ele foi entrevistado pelo Le Monde e se dirigiu ao Macron também fazendo a mesma sugestão”.

    “O Lula tem a memória do que foi o G20 na crise anterior, na grande crise internacional anterior a essa, de 2008 e 2009. Nesse contexto, o Lula teve um papel muito importante na transformação do G20, que já existia, em um foro presidencial, de líderes. Ele tinha uma relação boa com o George W. Bush, que era o presidente norte-americano naquele momento, e em diálogo com o Bush conseguiu que ele encampasse essa ideia de transformar o G20 em um foro de líderes, em substituição ao G7. Agora estamos enfrentando a segunda grande crise, e o G20 não tem tido papel visível. Então o Lula pensou: ‘por que o G20, que foi tão importante na crise anterior, não pode agora, em uma crise muito mais grave, atuar de maneira coordenada?’”, completou.

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