Alckmin: governo vai montar uma força-tarefa contra a atuação abusiva das bets

247 - O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, ouviu, nesta semana, denúncias feitas por nomes importantes do varejo sobre o endividamento das famílias brasileiras causado por fatores como as apostas esportivas (bets). O mercado de bets movimenta entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões no país, representando quase 1% do Produto Interno Bruto, informou a Strategy & Brasil, consultoria estratégica da PwC. As transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas online ficaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões em 2024, conforme divulgado pelo Banco Central. Outro levantamento, do Itaú, mostrou que os brasileiros perderam R$ 23,9 bilhões em apostas esportivas no período de um ano (junho de 2023 a junho de 2024). As bets movimentaram, no total, cerca de R$ 68,2 bilhões no país nesse intervalo.

"Como médico, a primeira preocupação é com a saúde das pessoas. O vício é muito preocupante. Além da questão médica, há a questão econômica. É um volume enorme de recursos das famílias que vai para o jogo e acaba não indo para o consumo. Vamos endurecer a regulamentação e estabelecer restrições ao jogo", disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende montar uma força-tarefa com diferentes áreas da máquina federal para lidar com o problema. Algumas medidas em estudo incluem campanhas de conscientização na área da saúde mental e investigações sobre lavagem de dinheiro envolvendo sites de apostas.

O ministro também comentou sobre os beneficiários do Bolsa Família que utilizam os recursos, já insuficientes, para jogar. Alckmin afirma que o fenômeno das bets é novo nesse grupo e precisa ser estudado. "Devemos garantir que as famílias tenham liberdade para utilizar os recursos do Bolsa Família. Nosso trabalho deve ser o de conscientizar a sociedade sobre os riscos do jogo", concluiu.