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    Crescimento fica abaixo do previsto e não recupera perdas da economia

    Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 7,7% entre julho e setembro na comparação com os três meses anteriores. Desempenho foi o melhor desde 1996 e veio depois de uma queda de 1,5% no primeiro trimestre e de 9,6% no segundo

    Fábrica de alumínio em Pindamonhangaba, SP (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
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    Camila Moreira, Reuters - A indústria, os serviços e os gastos das famílias impulsionaram a economia do Brasil a uma expansão recorde no terceiro trimestre de 2020, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas vistas no ápice da pandemia no país.

    O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 7,7% no período de julho a setembro na comparação com os três meses anteriores, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O desempenho foi o melhor desde o início da série, em 1996, e veio depois de contração de 1,5% no primeiro trimestre e de 9,6% no segundo, quando as medidas de contenção contra o coronavírus paralisaram a atividade de ponta a ponta no país.

    O ritmo da economia passou a ganhar força no final do segundo trimestre, depois de ter atingido o fundo do poço em abril, conforme as empresas foram reabrindo após medidas mais rígidas de isolamento.

    Entretanto, as consequências da pandemia ainda ficam claras quando se olha para o recuo de 3,9% do PIB no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2019. Além disso, a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período de 2019.

    Tanto o resultado na margem quando na comparação anual vieram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de crescimento de 9,0% na comparação trimestral e de recuo de 3,5% sobre um ano antes.

    INDÚSTRIA E GASTOS

    No terceiro trimestre, o destaque do lado da produção ficou para o aumento de 14,8% na Indústria, notadamente a alta de 23,7% no setor de Transformação.

    O setor de Serviços --que tem o maior peso na economia, foi o mais afetado pelo isolamento social e ainda apresenta as maiores dificuldades para retornar ao nível pré-pandemia-- também teve forte desempenho, com expansão de 6,3%.

    “Mas (serviços) não recuperou o patamar do primeiro trimestre, porque houve uma queda tanto na oferta quanto na demanda. Mesmo tendo sido retiradas as restrições de funcionamento, as pessoas ainda ficam receosas para consumir”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

    Por outro lado, a Agropecuária registrou retração de 0,5% no terceiro trimestre sobre os três meses anteriores, o que se deveu, segundo ao IBGE, a um ajuste de safra. O setor ainda apresenta crescimento no acumulado do ano, de 2,4%, contra quedas de 5,1% da Indústria e 5,3% dos Serviços.

    Do lado das despesas, o Consumo das Famílias teve aumento de 7,6% sobre o segundo trimestre, enquanto o Consumo do Governo subiu 3,5%.

    Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, cresceu no período 11,0%, num desempenho, entretanto, relacionado à base de comparação muito baixa, já que no segundo trimestre a queda foi de 16,5%.

    “No acumulado do ano, a queda (da FBCF) é de 5,5%. E o país ainda tem investimento em equipamentos importados, e, como o dólar está alto, influencia para baixo”, completou Palis.

    Em relação ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram queda de 2,1%, enquanto as Importações caíram 9,6% em relação ao segundo trimestre de 2020, em resultados também influenciados pelo câmbio.

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