Banco Central não quer acabar com papel-moeda, diz Campos Neto
"Ainda tem um percentual grande de pessoas das classes D e E que recebem em papel-moeda, não têm conta, mas o Pix está fazendo com que isso mude", disse
Reuters - Acabar com o papel-moeda não está nos planos do Banco Central, disse nesta quarta-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, defendendo a importância de haver opções para uso do real ao mencionar que o governo ficou perto de ter problemas com o programa de auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19 por falta de dinheiro em espécie.
Em palestra no evento Blockchain Rio, ele afirmou que houve um “problema enorme” com o excesso de demanda por cédulas durante o pagamento do auxílio emergencial, criado em 2020 entre as medidas de enfrentamento da pandemia, com repasses diretos do governo a famílias de baixa renda.
“A gente chegou em uma situação muito próxima de talvez o governo não conseguir fazer o programa de transferência de renda porque não tinha papel-moeda, as pessoas queriam ter o dinheiro na mão”, disse Campos Neto.
“A gente disse assim, não dá mais para fazer o programa de transferência, nesse ritmo, nós não temos papel-moeda. E aí nós tivemos que fazer a nota de 200 reais.”
Ele afirmou que inovações como o Pix levaram a uma redução da quantidade de papel moeda em circulação, com um novo passo podendo ser dado com o futuro lançamento do Drex (real digital), mas sem ligação com uma eventual ideia de acabar com as cédulas.
“A gente, em nenhum momento, quer acabar com papel-moeda, a gente acha que a opção é muito importante, ainda tem um percentual grande de pessoas das classes D e E que recebem em papel-moeda, não têm conta em banco, mas o Pix está fazendo com que isso mude”, afirmou.
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