Banco do BRICS fará emissão em reais para realizar empréstimos na moeda brasileira
Dilma Rousseff, presidente da instituição, está à frente dos esforços para a desdolarização da economia mundial
Joanesburgo, África do Sul – O Banco do Brics, oficialmente conhecido como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), está se preparando para um marco significativo em suas operações financeiras. Segundo fontes próximas à instituição presidida por Dilma Rousseff, o banco planeja iniciar empréstimos na moeda brasileira, o real, ainda neste ano. Esta iniciativa faz parte de uma estratégia para reduzir gradualmente a dependência do dólar nas transações internacionais, segundo informa o jornalista Assis Moreira, correspondente do Valor Econômico.
Durante a cúpula do Brics, realizada em Joanesburgo, Dilma Rousseff se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a necessidade de iniciar a captação em reais "o quanto antes". Nas conversas, Dilma também anunciou que o banco disponibilizará mais US$ 1 bilhão para empréstimos ao Brasil no segundo semestre. No primeiro semestre deste ano, o Brasil teve o menor volume de financiamentos aprovados entre os membros do Brics, totalizando US$ 583 milhões (as operações com a Rússia estão congeladas).
Recentemente, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, mencionou uma operação de US$ 500 milhões com o Banco do Brics, que poderia ser a primeira emissão em reais. A estratégia do banco, de acordo com Dilma Rousseff, é diversificar suas moedas de operação. Ela afirmou: "Estamos em estágio avançado de obtenção das aprovações necessárias para emitir títulos em rúpias na Índia e também iniciamos estudos legais para nos capacitar a captar recursos em reais brasileiros. A expectativa é de que a operação em rúpia na Índia ocorra já em outubro".
Conforme o plano estratégico do Banco do Brics para o período de 2022-2026, 30% de todo o financiamento utilizará as moedas dos países membros, o que visa reduzir os riscos relacionados à exposição às taxas de câmbio e taxas de juros internacionais. Isso, por sua vez, proporcionará custos mais baixos e maior segurança para os mutuários soberanos e privados.
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