BC reforça intervenção e anuncia leilão de US$ 3 bilhões para conter avanço do dólar
Movimento do Banco Central busca acalmar mercados após alta expressiva da moeda americana, que já superou R$ 6
247 - O Banco Central (BC) anunciou que realizará, na manhã desta quinta-feira (26), um novo leilão extraordinário de dólares à vista, com oferta de até US$ 3 bilhões, segundo o Metrópoles. A decisão ocorre em um momento de forte pressão no câmbio, com o dólar encerrando a última segunda-feira (23) em alta de 1,86%, cotado a R$ 6,18, e tendo atingido picos de R$ 6,30 nos últimos dias. As propostas do leilão serão recebidas entre 9h15 e 9h20, conforme comunicado da autoridade monetária.
A alta do dólar reflete tanto fatores internos quanto externos. No cenário doméstico, a aprovação do pacote fiscal no Congresso não foi suficiente para dissipar as incertezas dos investidores. Após a votação, o Ministério da Fazenda revisou a projeção de economia com as medidas para R$ 69,8 bilhões em dois anos, abaixo dos R$ 71,9 bilhões inicialmente previstos. A redução nas expectativas de ajuste fiscal aumentou o desconforto no mercado e fortaleceu a moeda americana frente ao real.
Já no cenário internacional, a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos trouxe volatilidade adicional. Sua plataforma política de maior proteção econômica interna e restrição à imigração elevou a expectativa de inflação nos EUA, o que pode limitar a capacidade do Federal Reserve (Fed) de reduzir juros como o esperado. A perspectiva de taxas de juros mais altas torna o dólar mais atrativo globalmente.
Em dezembro, o BC já injetou US$ 27,76 bilhões no mercado de câmbio, o maior volume para um único mês. As reservas internacionais do Brasil, atualmente em US$ 347,6 bilhões, oferecem uma importante base de segurança para operações como esta.
O BC tem utilizado diferentes tipos de leilões para conter a volatilidade. Os leilões de linha, por exemplo, envolvem o compromisso de recompra dos dólares por parte do BC, enquanto os leilões à vista não possuem esse acordo de recompra. Em ambos os casos, os dólares ofertados provêm das reservas internacionais.
Essas intervenções são direcionadas a 16 instituições financeiras credenciadas como "dealers de câmbio", que atuam como intermediárias no mercado. As reservas internacionais do Brasil, que somavam US$ 363 bilhões em novembro, são fundamentais para sustentar as operações.
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