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    Bens de capital impulsionam crescimento da produção industrial em setembro

    Com alta de 1,1% no mês, produção industrial brasileira acumula avanço de 3,1% no ano, destacando-se máquinas, equipamentos e derivados de petróleo

    Indústria, Geraldo Alckmin (gravata azul) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: ABR)

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    247 – A produção industrial brasileira registrou crescimento de 1,1% entre agosto e setembro, somando-se ao resultado positivo de 0,2% do mês anterior. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (1) pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Brasil) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor acumula uma alta de 3,1% em 2024, com uma expansão de 2,6% nos últimos 12 meses.

    André Macedo, gerente da PIM-Brasil, destacou que o desempenho positivo recente da indústria é significativo, pois compensa a perda de ritmo observada em julho, quando o setor registrou recuo de 1,3%. "O patamar da produção industrial em setembro de 2024 supera o de dezembro de 2023 em 2,9%, mostrando uma trajetória ascendente e de maior dinamismo em comparação a 2023", afirmou Macedo. Ele atribui esse dinamismo ao aumento da empregabilidade, redução da taxa de desemprego, elevação da massa salarial e à melhoria das condições de crédito, com queda na inadimplência e taxas de juros mais baixas.

    Bens de capital puxam crescimento

    Entre as grandes categorias econômicas, o setor de bens de capital foi o destaque, com alta de 4,2% em setembro, revertendo parte das perdas de 4,6% registradas no mês anterior. Esse aumento indica um ambiente de maior investimento industrial, já que bens de capital incluem maquinários e equipamentos essenciais para a produção. No acumulado de 2024, diversos segmentos voltados ao setor produtivo também mostram desempenho positivo, como equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (17,9%) e metalurgia (6,7%).

    Derivados de petróleo e bens de consumo

    Outros setores também contribuíram para o crescimento da produção em setembro, com destaque para o segmento de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, que cresceu 4,3% após dois meses de recuo. "Atividades como essa vinham de uma base de comparação baixa, devido a quedas anteriores. No entanto, produtos como óleo diesel e gasolina ajudaram a impulsionar o resultado deste mês", completou Macedo.

    Setores de bens intermediários e de bens de consumo semi e não duráveis também apresentaram altas em setembro, com 1,2% e 0,6%, respectivamente, acumulando avanços de 1,6% e 1,1% ao longo dos últimos dois meses. A categoria de bens de consumo duráveis, no entanto, recuou 2,7%, após perda semelhante em agosto, totalizando uma queda de 5,4% no período.

    Comparação anual e desempenho interanual

    Na comparação com setembro de 2023, a produção industrial brasileira avançou 3,4%, com resultados positivos em diversas áreas. O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias foi um dos principais impulsionadores, registrando crescimento de 19,5% devido ao aumento na fabricação de autopeças, caminhões e ônibus. "A produção da indústria neste ano está claramente em um patamar superior ao de 2023, ainda que este crescimento ocorra sobre uma base mais baixa", afirmou Macedo.

    Reforma na pesquisa industrial

    A PIM-Brasil, que desde os anos 1970 acompanha a produção industrial brasileira, passou por uma atualização metodológica em 2023. Essa reformulação incluiu a atualização da amostra e dos produtos analisados, além da inclusão de novas unidades federativas na pesquisa regional, buscando acompanhar as mudanças econômicas da sociedade.

    A próxima divulgação da PIM-Brasil, referente ao mês de outubro, ocorrerá em 4 de dezembro, permitindo acompanhar a evolução do setor industrial em um contexto de recuperação e expansão.

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