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    Efeito Lula: taxa de desemprego cai para 6,4% em setembro, a menor já registrada no trimestre

    O resultado foi puxado pelo desempenho da indústria e comércio, que abriram mais de 700 mil postos de trabalho no trimestre

    Presidente Lula com trabalhadores (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

    SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego brasileira encerrou o terceiro trimestre no menor nível desde o final de 2013, em um resultado abaixo do esperado que mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

    Nos três meses até setembro a taxa de desemprego ficou em 6,4%, de 6,9% no segundo trimestre, e ante os 7,7% vistos no mesmo período do ano passado.

    O dado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou ainda ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,5%.

    Essa foi a segunda menor taxa de desemprego na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, acima somente dos 6,3% no trimestre encerrado em dezembro de 2013.

    "Estamos consolidando uma queda constante e contínua do indicador, e esse terceiro trimestre mostra uma cenário positivo", disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.

    Analistas avaliam que a taxa de desemprego no Brasil permanecerá em patamar baixo por algum tempo, o que ajuda a estimular a atividade econômica. Por outro lado, tende a pressionar os preços, principalmente de serviços, o que dificulta o controle da inflação.

    Diante disso, o Banco Central vem mostrando preocupação com o cenário inflacionário e os novos dados estarão na mesa durante a reunião de política monetária da autarquia na próxima semana, quando irá definir a taxa básica de juros, atualmente em 10,75%.

    Nos três meses até setembro, o número de desempregados caiu para 7,001 milhões, uma queda de 7,2% frente ao segundo trimestre e de 15,8% sobre o mesmo período do ano passado. Foi o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

    "A trajetória de queda da desocupação resulta da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas”", disse Beringuy.

    Já o total de ocupados alcançou 103,029 milhões, novo recorde, mostrando alta de 1,2% sobre os três meses até junho e de 3,2% na comparação anual.

    Segundo o IBGE, a Indústria e o Comércio foram os grupamentos de atividade que puxaram o aumento da ocupação no trimestre, com altas, respectivamente, de 3,2% e de 1,5% no número de trabalhadores.

    Juntos, esses dois grupamentos absorveram 709 mil trabalhadores, na comparação trimestral. No Comércio, a população ocupada foi recorde, chegando a 19,557 milhões de pessoas.

    Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceram 1,5% na base trimestral, enquanto os que não tinham carteira aumentaram 3,9%, com o contingente total em cada um batendo novos recordes. Os empregados do setor público também chegaram a um recorde, de 12,785 milhões.

    “O terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira”, explicou Beringuy.

    No período, a renda média real das pessoas ocupadas foi de 3.227 reais, uma queda de 0,4% sobre o segundo trimestre, mas alta de 3,7% ante o mesmo período de 2023.

    Na véspera, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o Brasil abriu 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters.

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