BNDES libera R$ 276,5 bilhões em crédito em 2024 e registra recordes em financiamento

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu em 2024 um volume recorde de liberação de crédito, totalizando R$ 276,5 bilhões, conforme balanço que será publicado nesta terça-feira (25). Em entrevista à jornalista Carla Araújo, do UOL, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, afirmou que os resultados refletem o papel estratégico da instituição na economia brasileira e destacou que o banco atuou de forma "republicana", seguindo diretrizes do governo federal.

“Graças a um conjunto de políticas públicas articuladas e convergentes do governo Lula, o Brasil deve apresentar um crescimento do PIB de cerca de 3,8% [em 2024], segundo a última projeção do IBC-Br, do Banco Central. Esse crescimento se deve ao esforço da política macroeconômica e ao aumento de renda e de emprego da população. O BNDES teve um papel fundamental nesse processo de retomada do crescimento do país”, afirmou Mercadante.

Do total liberado pelo banco, R$ 212,6 bilhões correspondem a aprovações de crédito e R$ 63,9 bilhões a garantias que facilitaram o acesso a financiamentos, especialmente para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Segundo Mercadante, esse segmento registrou um volume recorde de crédito em 2024, com R$ 156,3 bilhões liberados – um aumento de 119,8% em relação a 2022. “Estamos falando de um resultado extraordinário que, seguramente, ajudou a democratizar o acesso ao crédito e a irrigar a retomada do investimento, a geração de emprego e o crescimento da economia”, destacou o presidente do BNDES.

Indústria supera o agronegócio e lidera financiamentos

Outro ponto ressaltado por Mercadante foi a retomada da indústria como principal destino dos financiamentos do banco, superando o setor agropecuário, o que não acontecia desde 2017. Segundo ele, os financiamentos para projetos industriais somaram R$ 190 bilhões nos últimos dois anos, enquanto a agropecuária recebeu R$ 93,8 bilhões no mesmo período.

“Dentro da 'Nova Indústria Brasil', liderada pelo ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin, aprovamos R$ 190 bilhões nesses dois anos. No caso da agropecuária, aprovamos R$ 93,8 bilhões em dois anos, superando os quatro anos do governo anterior”, afirmou Mercadante.

Infraestrutura e inovação também registram recordes

A área de infraestrutura foi outro foco da atuação do BNDES. Em 2024, o banco aprovou um volume recorde de crédito para concessões rodoviárias, totalizando R$ 23,5 bilhões. Entre os projetos financiados, está a modernização da Rodovia Presidente Dutra. “Estamos financiando a Dutra do futuro, que é a maior obra rodoviária do país e na qual tivemos a maior emissão de debêntures de infraestrutura da história do Brasil, com R$ 9,4 bilhões do BNDES”, disse o presidente do banco. Segundo ele, a expectativa é que o crédito para rodovias alcance R$ 30 bilhões em 2025.

Os investimentos em inovação também cresceram. O BNDES destinou R$ 13,6 bilhões ao setor, além de R$ 4,8 bilhões para a indústria farmacêutica e R$ 4,3 bilhões para biocombustíveis. “O BNDES é a instituição pública mais transparente do Estado brasileiro, segundo o TCU e a CGU. Mantemos rigor na governança enquanto avançamos em crédito e inovação”, afirmou Mercadante.

Descarbonização e retomada do Fundo Amazônia

A agenda ambiental também se fortaleceu, com recorde de R$ 10,2 bilhões em financiamentos pelo Fundo Clima. Além disso, o banco retomou as operações do Fundo Amazônia, que ficou paralisado no governo anterior, e aprovou cerca de R$ 2 bilhões em projetos, com destaque para iniciativas de restauração florestal.

“Nos últimos dois anos conseguimos retomar o processo de doações e alcançamos recorde de aprovações, com destaque importante para os projetos de restauro florestal que estão sendo estendidos para outros biomas brasileiros”, afirmou Mercadante.

Dividendos de R$ 29,5 bilhões e menor inadimplência da história

O BNDES também registrou a menor taxa de inadimplência da história, 0,001%, a mais baixa do Sistema Financeiro Nacional para débitos atrasados em até 90 dias. Além disso, o banco repassou R$ 29,5 bilhões ao Tesouro Nacional na forma de dividendos, um dos maiores valores já transferidos.

“O BNDES trabalhou todo esse período de forma republicana, que foi a orientação do presidente Lula. Repassamos, em dois anos, R$ 33,1 bilhões para Estados e municípios, independentemente do partido ou opção política de governadores e prefeitos”, ressaltou Mercadante. Com um desempenho recorde e novos investimentos em setores estratégicos, o BNDES se consolidou como um dos principais motores do crescimento econômico do país em 2024.