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Brasil acionará mais térmicas a GNL e flexibiliza critério de segurança para enfrentar seca

Previsão até novembro indica chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste e temperatura acima da média histórica em todo o Brasil

A capacidade instalada total será de 1.673 MW, energia suficiente para o abastecimento de 7,8 milhões de residências (Foto: Divulgação)

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Reuters - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou em reunião na terça-feira novas ações preventivas para fazer frente à escassez de chuvas que vem desafiando a operação do sistema elétrico nos horários de maior demanda.

Do lado da geração, o comitê do governo aprovou a possibilidade do despacho flexível das usinas termelétricas a gás natural liquefeito (GNL) Porto Sergipe, da Eneva, Santa Cruz e Linhares. Esses empreendimentos poderão ser acionados agora para o chamado atendimento da "ponta", isto é, quando a carga de energia está no pico e o sistema precisa garantir a estabilidade do fornecimento aos consumidores.

As termelétricas Santa Cruz e Linhares já vinham sendo despachadas pelo Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) e continuarão a ser acionadas em novembro, disse o Ministério de Minas e Energia, em comunicado.

Também foi aprovada na reunião da véspera uma articulação para viabilizar a operação excepcional do reservatório intermediário da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Norte, com vazão mínima de 100 m³/s, "respeitadas as licenças e autorizações necessárias".

Já na transmissão de energia, o CMSE buscará viabilizar a entrada em operação das linhas Porto do Sergipe-Olindina-Sapeaçu, Terminal Rio-Lagos e Leopoldina-Lagos, com o objetivo de assegurar o pleno escoamento de potência nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.

Algumas linhas de transmissão estavam com a emissão de suas licenças operacionais paradas em função da greve do Ibama neste ano. A Sterlite, dona da linha Porto do Sergipe-Olindina-Sapeaçu, chegou a entrar na Justiça para acelerar a entrada em operação da instalação.

O CMSE também autorizou o ONS a utilizar critérios de desempenho e segurança menos restritivos para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), quando necessário, de forma a garantir a maximização do uso de recursos disponíveis e o atendimento às cargas entre setembro e novembro.

O Brasil enfrenta uma condição desfavorável de chuvas desde o último período úmido, entre o fim do ano passado e o início deste ano. A seca no Norte preocupa o setor, já que as hidrelétricas da região são fundamentais para o atendimento de ponta.

Segundo o comunicado do Ministério de Minas e Energia, a previsão para o trimestre que vai de setembro a novembro indica chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste e temperatura acima da média histórica em todo o Brasil.

Para o SIN, as afluências previstas para setembro correspondem a 43% da média de longo prazo, sendo o segundo menor valor para o mês de um histórico de 94 anos.

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