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    "Brasil corre o risco de voltar a ser importador de petróleo", alerta o presidente da Shell

    Em evento do Lide em Londres, Cristiano Pinto da Costa falou sobre a urgência da retomada dos leilões para exploração de óleo e gás

    Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell (Foto: Felipe Gonçalves / Lide)

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    247 – Em participação no LIDE Brazil Conference, realizado em Londres, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, destacou a necessidade urgente de o Brasil investir na exploração de novas fronteiras petrolíferas para evitar uma futura dependência externa de petróleo e gás. “Se não investirmos em novas áreas e não realizarmos leilões de exploração, o Brasil corre o risco de deixar de ser superavitário e voltar a ser importador”, alertou Costa. Essa mensagem foi enfatizada em meio à apresentação de um estudo que analisa o potencial brasileiro na transição energética e o papel crítico das reservas nacionais para alcançar metas de sustentabilidade e autossuficiência.

    Cristiano Pinto da Costa apresentou o estudo, desenvolvido pela Shell, que traz cenários de segurança e transição energética até 2050, ressaltando as particularidades do Brasil em relação às grandes economias globais. Segundo ele, enquanto o consumo global de petróleo e gás se aproxima de um pico esperado para a próxima década, o Brasil ainda tem potencial para manter sua produção elevada além da média global. “Nossa indústria de exploração já demonstrou segurança, baixo custo e menor intensidade de carbono por barril produzido, o que torna o país altamente competitivo e sustentável. Mas isso só será possível se continuarmos investindo em novas reservas e assegurando um ambiente regulatório estável e favorável”, explicou.

    A Shell traçou dois cenários possíveis para o futuro energético: o Sky 2050, no qual o mundo se uniria para alcançar emissões líquidas zero até 2050, e o cenário Arquipélago, mais fragmentado, em que os países priorizam políticas internas e atingem a meta de carbono zero apenas em 2060. “A colaboração internacional é essencial, mas, no caso do Brasil, temos um desafio específico: grande parte de nossas emissões decorre do uso da terra, principalmente desmatamento e queimadas. Para atingir as metas climáticas, é urgente endereçar esses problemas”, afirmou Costa, dirigindo-se ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que estava presente.

    Ao defender a transição energética, Costa também destacou a complementariedade das fontes de energia. “É uma falácia pensar que uma única fonte pode atender à demanda. Precisamos de um mix completo de energias, incluindo petróleo, gás, renováveis e biocombustíveis. Cada país possui suas particularidades, e o Brasil já larga na frente com uma matriz energética majoritariamente renovável”, ressaltou.

    Costa finalizou com um alerta sobre a queda no ritmo de exploração. “Para mantermos o Brasil como potência energética, a retomada dos leilões e o investimento em novas áreas de exploração são fundamentais”, concluiu, destacando que essa decisão estratégica é necessária para evitar um retrocesso que afetaria diretamente a balança comercial e a segurança energética do país. Assista:

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