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    Brasil deve recuperar posto de 8ª maior economia oito anos após golpe contra Dilma

    De 2016 a 2023, o país passou por uma série de reformas neoliberais que o fizeram despencar no ranking

    Fernando Haddad e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    Por Rodrigo Petry (InfoMoney) - Após os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) publicados pelo IBGE, nesta terça-feira (4), o Brasil deverá recuperar neste ano o posto de oitava maior economia global, de acordo com estimativas da Austin Rating, com projeções do FMI.

    Neste ano, o PIB brasileiro deve terminar nos US$ 2,331 trilhões, fazendo com que o Brasil ultrapasse a Itália, que recuaria para nono. Para 2025, a projeção é de que o Brasil se mantenha na oitava posição, com um PIB de US$ 2,437 trilhões.

    “O Brasil perderia o oitavo lugar para a Itália apenas caso o crescimento estimado para esse ano pelo Focus de 2,05% (publicado nessa semana) ficasse menor, bem abaixo disso; e o da Itália que está estimado em 0,7% ficasse bem acima disso”, disse ao InfoMoney, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

    Além disso, o quadro, de oitavo lugar, não se confirmaria caso o real e o euro apresentarem uma diferença de paridade de conversão entre as moedas muito grande uma com a outra, daqui para frente.

    “Aí, sim, o Brasil teria uma chance de perder a posição pra Itália, até porque a diferença entre os países é muito pequena, de pouco mais de 3 bilhões de dólares”, compara, lembrando o PIB dos países está na casa dos trilhões de dólares.

    Nesse sentido, ele reforça que podem ocorrer alterações, mas que, por enquanto, “dadas as condições atuais, é pouco provável que o Brasil perca a posição para Itália”.

    Brasil deve crescer em ranking mundial de economias - Conforme o ranking elaborado pela Austin, o Brasil atingiu suas melhores colocações mais recentemente entre os anos de 2010 e 2014, quando figurava na 7ª posição.

    Neste período, o PIB brasileiro perdia para os dos EUA, China, Japão e Alemanha, sempre, na ordem, as quatro maiores economias. Entre a quinta e a sexta colocação, se revezavam França e Reino Unido.

    Em 2015, por conta da crise econômica, o Brasil recuou para 9ª posição, a qual se manteve em 2016. Em 2017, chegou a recuperar a 8ª posição, mas retornou para 9ª posição, em 2018 e 2019.

    Em 2020 e 2021, o Brasil caiu para 11ª posição e, ano passado, subiu dois degraus, ficando na 9ª posição.

    Avanço da Índia - Para 2024, o quadro pouco se altera, em relação à primeira metade da década passada, quando o Brasil era a 7ª economia global, apenas com o ingresso da Índia.

    Assim, conforme o levantamento da Austin, estas seriam as maiores economias globais neste ano:

    PaísPIB estimado*
    Estados Unidos28.781,1
    China18.532,6
    Alemanha4.591,1
    Japão4.110,5
    Índia3.937,0
    Reino Unido3.495,3
    França3.130,0
    Brasil2.331,4
    Itália2.328,0
    Canadá2.242,2

    PIB primeiro trimestre - O PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, após ajustes sazonais.

    Assim, sua soma apenas no primeiro trimestre, em reais, atingiu R$ 2,7 trilhões em valores correntes.

    O desempenho representou uma retomada, após a economia ter andado de lado tanto no terceiro como no quarto trimestre do ano passado.

    Frente ao primeiro trimestre de 2023, o PIB cresceu 2,5%.

    Comparação frente outros países - Na comparação com outros países, o Brasil ficou entre os 15 maiores crescimento porcentuais, segundo dados compilados pela Austin.

    Com alta de 0,8%, o Brasil foi superado por Israel (3,4%), Turquia (2,4%), Hong Kong (2,3%), Chile (1,9%), China (1,6%), Malásia (1,4%), Filipinas (1,3%), Coreia do Sul (1,3%), Arábia Saudita (1,3%), Chipre (1,2%), Tailândia (1,1%), Colômbia (1,1%), Irlanda (1,1%), Croácia (1%), Sérvia (0,8%) e Lituânia (0,8%).

    “De modo geral, no ranking global do PIB, o Brasil se posicionou bem, considerando as economias emergentes. De alguma forma, o resultado acabou surpreendendo, acho que a média no mercado”, disse.

    No entanto, Agostini ressaltou que o Brasil poderia estar melhor posicionado “se não fosse a condição fiscal atual, que ainda é bastante preocupante”.

    “Isso gera uma certa cautela por parte dos agentes econômicos”, finalizou.

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