Brasil é um país "muito seguro" e juros altos não se justificam, afirma Lula
Projeções são de cortes menores na taxa básica de juros do país até o fim do ano. "O mercado está ganhando muito dinheiro com essa taxa. Isso tem que ficar claro", disse
247 - Diante das previsões do mercado financeiro de que o Banco Central poderá reduzir o ritmo de cortes na taxa básica de juros do país, a Selic, o presidente Lula (PT) afirmou a jornalistas em café da manhã nesta terça-feira (23), no Palácio do Planalto, que o Brasil é um país "muito seguro" e não corre risco de descontrole econômico.
Sendo assim, segundo ele, não se justifica uma taxa de juros tão elevada, atualmente em 10,75% ao ano, que prejudica o povo e os empresários brasileiros e favorece os rentistas. "O que eu espero é que o Roberto Campos Neto [presidente do Banco Central] leve em conta que o Brasil não corre nenhum risco. (...) Existem pouquíssimos países mais seguros que o Brasil. Se fala muito em dívida pública. Eu vou dar um exemplo para vocês dos países modelo dos banqueiros brasileiros: a dívida pública do Brasil, bruta, é de exatamente de 74,3% [do PIB]. Da Espanha é 112%, da Itália é 137%, da França é 112%, da Índia 86%, do Japão 237%, da China 83% e dos Estados Unidos 123%. Esse país [Brasil] é um país muito seguro".
"O que nós precisamos é que as pessoas preocupadas com o mercado tenham responsabilidade com esse país. Esse país não pode todo dia ficar tomando susto de que o mercado não gostou disso ou não gostou daquilo. O mercado está ganhando é muito dinheiro com essa taxa de juros. Isso é que tem que ficar claro para a sociedade. E o presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros alta é o povo brasileiro, são os empresários brasileiros que não conseguem investir. É isso que está em jogo. Mesmo dizendo isso, eu tenho toda a paciência do mundo, porque eu tenho que esperar até dezembro para mudar o Banco Central", disse Lula, sem antecipar quando anunciará o nome de seu indicado para presidir a autarquia.
Lula também afirmou que não é 'movido a mercado' e que não baseará suas decisões com base nos termômetros do sistema financeiro. "Com todo respeito ao mercado, eu gosto mais do Brasil do que o mercado. Eu quero mais bem ao futuro desse país do que o mercado. E o meu papel é fazer as coisas para que 203 milhões de brasileiros possam levantar todo dia de manhã, almoçar, tomar café, jantar, estudar".
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