Brasil tem superávit comercial de US$ 74,6 bilhões em 2024, segundo melhor resultado da história
Dado de 2024 reflete um resultado 337,036 bilhões de dólares em exportações e de 262,484 bilhões de dólares em importações
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil encerrou 2024 com um saldo positivo de 74,552 bilhões de dólares na balança comercial, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, um recuo de 24,6% em relação ao ano anterior, mas, ainda assim, o segundo melhor resultado da história.
Também nesta segunda, o MDIC apresentou sua projeção para o saldo comercial em 2025, prevendo um resultado positivo de 60 bilhões a 80 bilhões de dólares.
Com a apresentação de uma faixa mais ampla para a projeção, e não de um número específico como usualmente acontecia, não permite concluir se o governo espera um resultado melhor ou pior neste ano, na comparação com 2024.
Pelas projeções do MDIC, este ano deve ser encerrado com exportações entre 320 bilhões e 360 bilhões de dólares, enquanto as importações ficariam entre 260 bilhões e 280 bilhões de dólares. A pasta ainda projetou uma corrente de comércio -- soma das exportações e importações -- de 580 bilhões a 640 bilhões de dólares.
"Essa expectativa do começo do ano é menos precisa, então divulgamos uma faixa... Assim que fecharmos o primeiro trimestre, vamos divulgar os valores pontuais", disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.
Brandão ressaltou que a taxa de câmbio influencia os resultados comerciais, mas seu patamar ainda é incerto. Ele acrescentou que a economia mundial deve crescer e buscar mais bens brasileiros neste ano, com destaque para carne, soja e milho.
2024 - O superávit de 74,6 bilhões de dólares da balança comercial brasileira em 2024 ficou acima das previsões do governo. O MDIC projetava um saldo positivo de 70,4 bilhões de dólares para o saldo anual, em estimativa informada em outubro.
O dado do ano passado reflete um valor de 337,036 bilhões de dólares em exportações e de 262,484 bilhões de dólares em importações.
As exportações em 2024 ficaram 0,8% abaixo do resultado do ano anterior, consequência de um recuo nos preços dos produtos, que anulou ganhos no volume embarcado. Já as importações subiram 9,0% em relação ao verificado em 2023, com o maior volume já registrado nas compras de bens de capital, voltados a investimentos.
No recorte por setores, as vendas do Brasil ao exterior cresceram com mais força na indústria de transformação (+2,7%), seguida da indústria extrativa (+2,4%). Por outro lado, as exportações da agropecuária caíram 11,0%, com uma queda de 11,6% nos preços dos produtos mais que compensando o ganho de 0,7% no volume embarcado.
No ano, o petróleo liderou pela primeira vez a pauta exportadora do país, somando 44,8 bilhões de dólares (+5,2%), ou 13,3% do total exportado, e ultrapassando a soja, que fechou 2024 com valor de 42,9 bilhões de dólares (-19,4%), ou 12,7% dos embarques.
Para Brandão, no entanto, é possível que a soja retorne à primeira posição das exportações em 2025, considerando perspectivas de recuperação da safra agrícola e melhora na cotação do produto.
Em relação aos destinos das exportações, houve recuo nos embarques para a Ásia, com destaque para uma queda de 9,3% nas vendas à China, que ainda se manteve como o principal comprador do país. As vendas para países da América do Sul também caíram (-14,0%)
Por outro lado, houve alta nas exportações para Europa (+4,0%), América do Norte (+6,2%), Oriente Médio (+19,3%) e África (+20,5%).
DEZEMBRO - Os dados da pasta mostraram ainda que o saldo comercial registrado em dezembro foi de 4,803 bilhões de dólares. O desempenho foi resultado de exportações de 24,905 bilhões de dólares, contra importações de 20,101 bilhões de dólares.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 3,9 bilhões de dólares para o período.
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