Caloteiros, Lemann, Telles e Sicupira devem propor desconto de 90% aos credores
Empresa declarou dívidas de R$ 43 bilhões diante de 16 mil credores, entre bancos e fornecedores
247 – O calote das Americanas aos 16 mil credores e fornecedores, protagonizado pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, deve chegar a 90% do valor devido, que soma R$ 43 bilhões. Ou seja: os bilionários pretendem fazer com que a empresa, protegida pela recuperação judicial, pague cerca de R$ 4 bilhões e deixe um rombo da ordem de R$ 39 bilhões no mercado. É um caso que desperta indignação porque o rombo foi causado por fraude contábil praticada durante anos.
Segundo reportagem da Bloomberg, os credores se preparam para descontos de 90%. No mercado, as debêntures da empresa são negociadas com desconto de 94%. Para contar os bastidores da fraude, a TV 247 produzirá um documentário a respeito do caso, que pode ser apoiado neste link.
O projeto
No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.
A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como "heróis" do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.
O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.
Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da "meritocracia", com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.
Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.
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