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    Campos Neto: Brasil precisará de choque fiscal positivo para ter juros mais baixos

    "Quando a gente vê que o mercado começa a ter questionamentos sobre a trajetória da dívida fica muito mais difícil conviver com juros baixos", disse

    Roberto Campos Neto (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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    247 - O Brasil precisará de algum programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo se quiser conviver com juros mais baixos, disse nesta terça-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizando que questionamentos do mercado sobre a trajetória da dívida pública criam dificuldades para o processo de redução de custo dos financiamentos.

    Em evento promovido pela gestora Crescera Capital, em São Paulo, Campos Neto disse que optar por juros “artificialmente mais baixos” sem ter uma âncora para as contas públicas equivale a fazer um ajuste via aumento de inflação no médio prazo, voltando a defender harmonia entre as políticas fiscal e monetária.

    "A gente entende que em algum momento, e estou falando mais de médio prazo, o Brasil vai precisar ter algum tipo de programa que gere uma percepção de choque fiscal positivo se quiser conviver com juros mais baixos", afirmou, segundo a Reuters.

    Em setembro, o BC reiniciou um ciclo de alta nos juros básicos, ajustando a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano, defendendo em sua comunicação uma política fiscal crível e transparente.

    "Quando a gente vê que o mercado começa a ter questionamentos sobre a trajetória da dívida fica muito mais difícil a gente conviver com juros baixos, a curva de juros longa sobe rapidamente", disse o presidente do BC.

    "Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo", disse Campos Neto, ressaltando que esse processo se dá por meio de uma transferência de quem não consegue se proteger da inflação, os pobres, para quem consegue se proteger, os ricos.

    O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, previu nesta semana que a dívida bruta do governo subirá até se estabilizar em 81% em 2028, patamar mais alto do que o previsto inicialmente pela equipe econômica ao aprovar o novo arcabouço fiscal.

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