"Campos Neto faz política o tempo todo e não pode concluir o mandato", diz Lindbergh
Deputado afirmou que o presidente do Banco Central "de técnico não tem nada", após revelação de que o economista sinalizou que quer ser ministro do bolsonarista Tarcísio de Freitas
247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou duramente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em declarações feitas nesta quarta-feira (12). Segundo Lindbergh, Campos Neto não se comporta como um técnico, mas sim como um político que estaria sabotando o governo do presidente Lula ao usar sua posição no Banco Central para favorecer aliados políticos.
"Esse cara de técnico não tem nada. O Roberto Campos Neto faz política o tempo todo. É como se fosse um conselheiro político do Tarcísio. E vocês viram que na segunda-feira passada ele jantou com Tarcísio e com a nata dos banqueiros do Brasil. E mais: na campanha do Bolsonaro ele foi uma espécie de consultor informal; orientava com pesquisas, foi votar com a camisa da Seleção Brasileira, e posa de técnico. E tem gente que acredita nisso. Eu tô falando isso porque esse cara tá sabotando o governo do presidente Lula", disse Lindbergh.
O deputado destacou a postura de Campos Neto em relação à política monetária, especialmente sua resistência em reduzir a taxa básica de juros, a Selic, que tem sido uma demanda constante do governo Lula. "Vai ter uma próxima reunião do BC e ele quer parar a redução da taxa de juros. Isso é criminoso e vai paralisar a economia. É um processo de sabotagem."
Lindbergh ainda reforçou sua campanha pela saída de Campos Neto do comando do Banco Central antes do final de seu mandato, que se encerra no fim deste ano. "Eu estou numa campanha desde o começo, a gente tem falado isso: esse cara não pode concluir o mandato nesses próximos seis meses. Ele não tem independência pra ser presidente do Banco Central; nem política, por ser bolsonarista, e nem com o sistema financeiro. Ele atua para o sistema financeiro, para os bancos."
O parlamentar também criticou a política fiscal defendida por Campos Neto, argumentando que ela prejudica o país. "Vocês sabem: eles falam muito da questão fiscal do Brasil: 'ah, no Brasil a dívida está crescendo'. Pois bem, o déficit nominal foi algo em torno de 900 bilhões de reais. Desses, 790 bilhões foram de pagamento de juros ocasionados por essa política irresponsável desse Roberto Campos Neto."
Essas acusações surgem no contexto das informações publicadas pela Folha de S. Paulo, que indicam que Campos Neto estaria se posicionando politicamente ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sugerindo que aceitaria o cargo de ministro da Fazenda em um eventual governo Tarcísio. Campos Neto, cujo mandato no Banco Central termina no final deste ano, tem sido uma figura controversa, especialmente por sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu apoio às políticas de "Estado mínimo".
As críticas de Lindbergh se somam a um coro crescente dentro do governo Lula, que acusa Campos Neto de não agir com a devida imparcialidade e de comprometer a autonomia do Banco Central em favor de interesses políticos e financeiros específicos.
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