Gleisi diz que Campos Neto não tem 'resquício de autoridade' para comandar BC após apoio a Tarcísio: "ficou escancarado"
Deputada diz que autonomia do Banco Central está comprometida com o atual presidente da instituição: "aposta na deterioração da economia para favorecer o candidato de Bolsonaro"
247 - Em um tweet publicado nesta quarta-feira (12), a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou duramente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a revelação de seu envolvimento na campanha política do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugerindo que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo Tarcísio.
Gleisi afirmou que a autonomia do Banco Central está comprometida, acusando Campos Neto de fazer campanha abertamente por Tarcísio Freitas para a presidência da República e de apostar na deterioração da economia do país para favorecer o candidato de Jair Bolsonaro.
"Isso é que é a tal "autonomia" do Banco Central: diz a Folha que Campos Neto faz campanha por Tarcísio Freitas para presidência e topa ser ministro da Fazenda. Aposta na deterioração da economia do país (que ele faz de tudo para atrapalhar) para favorecer o candidato de Jair Bolsonaro. E o cara ainda está sentado na cadeira de presidente do BC! Quando a gente diz que ele é político, jamais um técnico, ficou escancarado agora. Campos Neto não tem sequer resquício de autoridade para comandar o BC", escreveu Gleisi.
O comentário da deputada se baseia em informações publicadas pela Folha de S. Paulo, segundo as quais Campos Neto, que está no final de seu mandato no BC, estaria traçando um caminho político ao lado de Tarcísio de Freitas. O economista, que deverá deixar o comando da autoridade monetária ao final deste ano, teria sugerido ao governador paulista que se "consolide" no Palácio dos Bandeirantes como uma preparação para se lançar à presidência da República em 2026.
A postura de Campos Neto já vinha sendo alvo de críticas por parte do governo do presidente Lula (PT), que tem cobrado a redução da taxa básica de juros, a Selic. No entanto, o presidente do BC mantém a posição de que não é possível adiantar novas reduções. Além disso, Campos Neto tem sido premiado por bolsonaristas e tem defendido o conceito de "Estado mínimo" em seus discursos.
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