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    Campos Neto, que sabota o País, acusa Lula de aumentar o risco-Brasil

    “Não é uma opinião minha, é uma constatação”, alegou o presidente do Banco Central, enquanto sabota o governo federal

    Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    247 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusou o presidente Lula (PT) de ‘aumentar o prêmio de risco’ do Brasil com pronunciamentos que impactam negativamente no mercado financeiro. Segundo a Reuters, Campos Neto declarou, durante entrevista coletiva, que “o que se mostrou no passado recente --não é uma opinião minha, é uma constatação-- quando a gente olha movimentos de mercado em tempo real com os pronunciamentos, você teve piora em algumas variáveis macroeconômicas, em alguns preços de mercado”.

    “Então é óbvio que quando você aumenta o prêmio de risco, por qualquer razão, independente de qual razão seja, esse aumento de prêmio de risco, com volatilidade, obviamente faz com que o trabalho (do BC) fique mais difícil ao longo do tempo”, acrescentou, ponderando que Lula "tem todo o direito" de se manifestar sobre o Banco Central.

    No entanto, informações dão conta de que é Campos Neto quem coloca terror no mercado. O presidente Lula já teria sido inclusive avisado sobre "pregações" que o chefe do BC têm feito nos bastidores do mundo econômico contra a saúde financeira do governo. "Lula foi avisado, por mais de um interlocutor, inclusive do mercado financeiro, que Roberto Campos Neto estaria fazendo pregações contra a saúde financeira do governo nas falas que tem feito com gente do mercado e do setor produtivo, fechadas", informou a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, no último dia 19.

    A estratégia de Campos Neto parece compor um ciclo que, no final das contas, garante a manutenção da taxa básica de juros (Selic) nas alturas - atualmente em 10,5% ao ano: o mercado se apavora com notícias sobre as contas do governo - seguindo narrativas que seriam alimentadas pelo presidente do BC -, eleva as projeções de inflação no Boletim Focus e dá ao Banco Central argumentos para a alta dos juros, favorecendo o rentismo e o próprio mercado.

    A possível manipulação via Boletim Focus já é inclusive alvo de investigação por parte do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O subprocurador-geral Lucas Furtado, em uma representação formal datada do último dia 14, solicitou que o TCU investigue a possível influência indevida de bancos e instituições financeiras na definição de índices econômicos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, informa a Folha de S. Paulo. "Ora, se a taxa de juros básica que conduzirá relações financeiras no país é definida levando em consideração previsões dos próprios agentes que irão reger tais relações, vejo que se pode estar diante de uma gama de possibilidades de manipulação de índices por essas instituições", argumenta Furtado em sua representação.

    Essa suspeita de que os bancos possam influenciar a política monetária para benefício próprio levanta sérias questões sobre a integridade do processo de formulação de políticas econômicas no Brasil. Furtado sugere que a influência do Boletim Focus pode permitir a manipulação das expectativas e decisões econômicas, favorecendo instituições financeiras que lucrariam com operações baseadas nesses índices. "Vejo que se pode estar diante de fatos que podem comprovar que a definição da taxa básica de juros do país em níveis estratosféricos não possui o efeito de controlar a inflação, conforme alega o Bacen, mas sim o de quebrar o país, enriquecendo alguns aplicadores do mercado," alerta Furtado. Ele sugere que as altas taxas de juros, em vez de conter a inflação, podem estar prejudicando a economia e beneficiando apenas alguns setores do mercado financeiro.

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