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    Campos Neto tenta impor censura a diretores do BC e proibir entrevistas. Alvo é Galípolo

    O BC informou em nota que "todo dirigente do BC tem plena liberdade para expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados"

    Roberto Campos Neto e Gabriel Gaípolo (Foto: ABR)

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    247 - Gerou tensão no Banco Central a circulação de um documento interno da autoridade monetária sugerindo que a comunicação com órgãos de imprensa fique subordinada ao presidente Roberto Campos Neto. Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, as discussões voltaram à pauta após a posse de Gabriel Galípolo na diretoria de política monetária. 

    Galípolo, que antes de assumir o cargo era secretário executivo do Ministério da Fazenda, discordou, antes de sua posse, da política monetária de aperto defendida por Campos Neto. Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75%, o que torna o Brasil o país com o maior juro real do planeta. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem pressionando por uma redução há meses, mas o BC não recuou mesmo diante da melhora nos indicadores de inflação e da previsão de queda na atividade econômica

    Bergamo assinala que eventuais entrevistas de Galípolo "exporiam o racha que existe hoje na instituição, o que estaria pressionando e incomodando Campos Neto". "Como reação, o presidente do BC estaria tentando aplicar uma espécie de 'lei da mordaça' em seus diretores", acrescenta.

    Vale lembrar que os diretores do BC têm mandato, independência e autonomia garantidos por lei. Nesse sentido, Campos Neto não poderia vetar as conversas, já que não é o chefe dos diretores. Ao mesmo tempo, os diretores são proibidos de levantar considerações sobre a taxa de juros. 

    À coluna da jornalista, o BC informou em nota que "a despeito da necessária organização dessa variedade de instrumentos de comunicação, todo dirigente do BC tem plena liberdade para expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados".

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