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    Trabalhadores vão à Justiça para bloquear o patrimônio pessoal dos três bilionários das Americanas que deram calote no mercado

    Sindicatos buscam proteger trabalhadores da Americanas e garantir que milhares de empregados com ações em curso contra a varejista não sejam prejudicados pela recuperação judicial

    Da esq.: para a dir.: Carlos Alberto Sicupira, Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Divulgação | Reuters)

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    247 - Centrais sindicais ajuizaram, nesta quarta-feira (25), uma ação civil pública pedindo o bloqueio de R$ 1,53 bilhão da conta pessoal de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, acionistas de referência da Americanas. A informação é da Folha de S. Paulo.

    Da mesma forma que Bradesco e Santander fizeram, as centrais pretendem desconsiderar a personalidade jurídica da Americanas para, desta forma, responsabilizar diretamente o trio de bilionários pela fraude contábil que gerou um rombo de mais de R$ 40 bilhões.

    >>> 'Foi para criar lucro artificial e aumentar dividendo', diz ex-sócio de Lemann sobre maquiagem nos balanços da Americanas

    O pedido de liminar foi entregue à 8ª Vara do Trabalho de Brasília. As centrais afirmam que buscam proteger os mais de 44 mil trabalhadores da gigante varejista e assegurar que os milhares de empregados com processos em andamento contra a Americanas não sejam prejudicados pela recuperação judicial - ou até mesmo uma eventual falência.

    "Há, atualmente, cerca de 17 mil ações trabalhistas em curso contra empresas do grupo Americanas, representando um passivo total de R$ 1,53 bilhão —quantia usada como referência para o pedido de bloqueio no patrimônio do trio de bilionários", diz a reportagem da Folha.

    Assinaram o pedido a CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), FS (Força Sindical), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Contracs-CUT (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), e CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio). 

    Para contar os bastidores da fraude, a TV 247 produzirá um documentário a respeito do caso, que pode ser apoiado neste link.

    O projeto

    No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.

    A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como "heróis" do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.

    O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.

    Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da "meritocracia", com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.

    Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.

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