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    CNI critica o Banco Central, de Roberto Campos Neto: aumento da Selic é 'incompreensível e injustificado'

    Segundo a entidade, 'manter o ciclo de alta da Selic iniciado já configuraria um erro do Banco Central'

    Ricardo Alban (Foto: Gilberto Sousa/CNI)

    247 - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou, em nota, que o aumento da taxa de juros de 11,25% para 12,25%, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é "incompreensível e totalmente injustificado". Segundo a entidade, "manter o ciclo de alta da Selic iniciado em setembro já configuraria um erro do Banco Central".

    "Intensificar esse ritmo, como a autoridade monetária escolheu, não faz sentido no atual contexto econômico, marcado pela desaceleração da inflação em novembro e pelo pacote efetivo de corte de gastos apresentado pelo governo federal", acrescentou a CNI.

    O atual ciclo de alta dos juros teve início no mês de setembro, com alta de 0,25 ponto, fazendo a taxa ir para 10,75%. Em novembro, o Copom anunciou aumento de 0,5 ponto percentual - 11,25%.

    O comitê é ligado ao Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto. A confederação também criticou o fato de o BC "ignorar a tendência de redução de juros nas principais economias globais, como os Estados Unidos, que partem para o terceiro corte seguido nas taxas na próxima semana".

    "Para investir, os empresários precisam estar confiantes, o que depende, entre outros fatores, de um ambiente econômico positivo, para o qual a política monetária não tem contribuído", ressaltou a entidade.

    Indicado por Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto segue à frente do Banco Central até o final de seu mandato, em 31 de dezembro de 2024. Em 2025, a presidência da autoridade monetária será assumida pelo economista Gabriel Galípolo, que foi aprovado pelo Senado em outubro, com 66 votos a favor e 5 contrários. O mandato de Galípolo será válido até 2028.

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    Gabriel Galípolo (à esq.) e Roberto Campos Neto. Foto: ABR

    Pacote fiscal do governo

    A CNI também comentou o pacote fiscal apresentado pelo governo federal ao Congresso neste mês. Segundo a confederação, "as medidas de redução de despesas propostas pelo governo contribuem para a sustentabilidade do novo arcabouço e melhoram a sintonia entre as políticas fiscal e monetária".

    A confederação destacou ainda aspectos estruturais do pacote, como os ajustes em despesas significativas, incluindo o salário mínimo, o abono salarial e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). "A reação inicial ao pacote, com desvalorização da taxa de câmbio e alta nos juros futuros, foi exagerada e deve ser interpretada com cautela", afirmou.

    De acordo com estimativas do Executivo, o pacote fiscal deve gerar uma economia superior a R$ 72 bilhões em dois anos (2025-2026) e mais de R$ 327 bilhões até 2030.

    A proposta enviada ao Congresso abrange pelo menos seis pontos principais: salário mínimo, aposentadoria de militares, Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono salarial, Bolsa Família, supersalários de servidores e emendas parlamentares.

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