Com governo Bolsonaro, mais de 38 milhões de brasileiros vivem em lares sem renda do trabalho: "nunca se trabalhou tão pouco"
"Uma série de pessoas está vivendo exclusivamente de rendas assistenciais, estratégias precárias e previdência de baixa remuneração", explica o professor que fez o levantamento
247 - A falta de rumo da política econômica do governo Jair Bolsonaro (PL) faz com que 38,7 milhões de pessoas vivam sem qualquer renda originária do trabalho, seja formal ou informal. Segundo um estudo elaborado pelo sociólogo Rogério Barbosa, professor do Iesp/Uerj, o número corresponde a 17,9% da população em 2021, o segundo maior patamar já registrado desde 2012, e só fica atrás de 2020, quando o isolamento social imposto para evitar a propagação da pandemia de Covid-19 impediu que parte dos trabalhadores conseguisse trabalhar.
“Apesar da melhoria recente, nunca se trabalhou tão pouco assim. Isso significa que uma série de pessoas está vivendo exclusivamente de rendas assistenciais, estratégias precárias e previdência de baixa remuneração. A renda informal não retornou para as famílias no mesmo nível de antes. São menos recebedores, com renda menor e vínculos mais frágeis”, disse Barbosa ao jornal O Globo.
Ainda conforme a reportagem, “além de ganhos com o trabalho, as famílias podem receber aposentadorias, pensões, benefícios sociais, aluguéis, juros e dividendos. A maior parte tem remuneração do trabalho, que costuma corresponder a 75% da renda familiar. Mas há 2% da população, cerca de 4 milhões de pessoas, que não recebem qualquer tipo de remuneração. Esse percentual dobrou em relação a 2012 e representa a maior parcela já registrada de brasileiros sem qualquer tipo de renda”.
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