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Com Lula, dólar cai quase 10% em seis meses

Até a sexta-feira, o dólar já havia recuado 9,59% em relação ao real e nesta segunda-feira a tendência de queda persistia. O Ibovespa acumula alta de 8,38% neste ano

Lula (Foto: Reuters/Rodrigo Antunes | Reuters/Lisa Marie David)

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247 - Nas últimas semanas, o desempenho do governo Lula (PT) no cenário econômico interno levou a bolsa de valores a atingir suas maiores máximas nas últimas semanas e o valor do dólar alcançou as menores cotações em mais de um ano. Até a última sexta-feira (23), a moeda estadunidense já havia recuado 9,59% em relação ao real e nesta segunda-feira (26) a tendência de queda persistia, com o dólar sendo negociado a até R$ 4,7584 nas mínimas do dia, segundo o jornal O Globo. Já o Ibovespa, principal índice da B3, acumula um aumento de 8,38% neste ano. 

Por trás do desempenho positivo há uma combinação de fatores internos e externos que têm beneficiado os ativos de risco como a proximidade do início do ciclo de redução da taxa de juros no cenário nacional, a estabilização das taxas no exterior, as perspectivas de melhora para a economia doméstica e a perspectiva de aprovação do arcabouço fiscal.

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Entenda os motivos que levaram ao otimismo do mercado financeiro:

Redução da taxa de juros mais próxima - Há algumas semanas, as curvas de juros indicam que os investidores estão precificando a possibilidade de uma redução da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,75%. Esse movimento já está refletido no boletim Focus, um relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC) com as expectativas dos agentes do mercado. Parte do mercado prevê cortes a partir de agosto, mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter adotado um tom mais rígido em seu último comunicado. A possibilidade de redução nas taxas é impulsionada pela leitura mais favorável sobre a inflação atual nas últimas medições. 

Visão interna mais otimista - Contribuindo para o movimento, há uma visão mais positiva em relação à economia local. Desde a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que superou as expectativas, várias instituições financeiras revisaram suas projeções de crescimento, indicando que a desaceleração esperada da economia, devido às altas taxas de juros, pode ser menos intensa do que a prevista inicialmente. Bancos como J.P. Morgan, Goldman Sachs e Citi revisaram suas projeções para o Ibovespa e preveem uma desvalorização do dólar em relação ao real até o final do ano e , colocando o Brasil em uma posição de destaque em relação a outros países. Na semana passada, a agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva do rating do Brasil de 'estável' para 'positiva', impulsionando ainda mais o otimismo visto na Bolsa de Valores e no câmbio.

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Arcabouço fiscal em discussão - O otimismo do mercado financeiro também tem aumentado desde a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo. Após ter sido aprovado pela Câmara, as discussões sobre essa regra estão avançando no Senado e caminham para a reta final de tramitação. Embora não seja considerado suficiente para controlar a trajetória da dívida pública no longo prazo, o conjunto de medidas exclui cenários de instabilidade extrema da dívida e demonstra a preocupação do governo em relação aos gastos públicos.

Ativos subavaliados e bom desempenho das estatais - Durante a recente alta da Bolsa, várias ações que haviam ficado para trás durante o período de aumento da taxa de juros, especialmente aquelas mais sensíveis à economia local, apresentaram melhor desempenho. As ações de estatais importantes, como Petrobras e Banco do Brasil, também tiveram um desempenho bastante positivo neste ano, à medida que os receios em relação à governança dessas empresas diminuíram.

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