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    Coronavírus: entre os emergentes, Brasil é o mais afetado pela fuga de capitais

    Investidores estrangeiros já retiraram da Bolsa brasileira 46 bilhões de reais em 2020, superando o saldo negativo recorde de todo 2019

    (Foto: © Paulo Whitaker / Reuters)

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    247 - Com o impacto econômico da epidemia do coronavírus no mundo, os países emergentes estão sendo os principais afetados, de acordo com reportagem do El País. De acordo com os cálculos do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, em inglês), desde o início dos primeiros contágios fora da China, em janeiro, o bloco dos emergentes sofreu uma fuga de capitais de 29,3 bilhões de dólares.

    Trata-se do maior número já registrado na história, superior inclusive à crise financeira de 2008. O responsável pela estatística e economista do IIF, Jonathan Fortun Vargas afirmou ao jornal espanhol El País que “estamos na metade da pior fuga [de capitais] já registrada”.

    No Brasil, entre janeiro e o dia seis de março, os investidores estrangeiros retiraram da Bolsa brasileira 46,02 bilhões de reais, segundo a consultoria B3. Superando em dois meses e seis dias o saldo negativo recorde de todo ano de 2019, que foi de 42,6 bilhões de reais, o ano com a maior saída de capital estrangeiro acumulada da série histórica iniciada em 2015.

    Porém, naturalmente, o coronavírus apenas deu um estímulo ao que já estava acontecendo. O chefe do Instituto de Mercados Emergentes da Universidade Cornell, em Nova York, Lourdes Casanova disse que o coronavírus e a China “não explicam tudo”, pois “no caso da América Latina também influenciam a incerteza política e social. E, mais recentemente, a queda do petróleo, que afeta, entre outros, a Indonésia e a Malásia. É uma tempestade perfeita e estamos em território desconhecido, sem rota e com muitos fatores confluindo”.

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