"Debate na mídia brasileira sobre a questão fiscal é repulsivo", diz Lindbergh Farias
Deputado lembra que a maior despesa do Brasil é com as taxas de juros e diz que isso é omitido pelos meios de comunicação
247 – O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou duramente o debate promovido pela mídia brasileira sobre as contas públicas e o déficit fiscal. Segundo Farias, o tratamento dado ao tema é “digno de repulsa”, uma vez que os principais veículos de comunicação enfatizam a necessidade de reformas como a da previdência e a eliminação dos pisos constitucionais para saúde e educação, enquanto ignoram o impacto fiscal das altas taxas de juros estabelecidas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Falam todo tempo em déficit fiscal, defendem nova reforma da previdência, acabar com pisos constitucionais da saúde e educação, mas não falam nada sobre o impacto fiscal da política de juros altos de Roberto Campos Neto," afirmou o deputado. Para ele, a normalização dos altos pagamentos de juros da dívida pública é um dos maiores problemas econômicos do país. "Somente o pagamento dos juros da dívida pública abocanha mais de R$ 740 bilhões ao ano, 6,76% do PIB", destacou Farias.
De acordo com gráficos apresentados pelo deputado, a política de juros elevados tem feito os gastos com os juros da dívida pública dispararem, o que, em sua opinião, deveria ser o foco principal dos debates sobre o equilíbrio das contas públicas. Farias argumenta que é essencial discutir o déficit nominal, que inclui os gastos com juros, e não apenas o déficit primário, que exclui essas despesas. "Nós precisamos fazer o debate de déficit nominal e não somente de déficit primário. Não dá pra não falar do absurdo que são os juros altos para o tão propalado equilíbrio das contas públicas", concluiu.
A declaração de Lindbergh Farias levanta uma questão fundamental sobre como o debate econômico é conduzido no Brasil. Ao focar quase exclusivamente em reformas que afetam diretamente a população, como a previdência e os investimentos em saúde e educação, a mídia estaria deixando de lado uma discussão crucial sobre a sustentabilidade fiscal do país e a realocação de recursos. Para Farias, uma análise mais ampla e justa das contas públicas é necessária para promover uma política econômica mais equilibrada e justa. Confira:
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