Demanda de petróleo deve atingir pico em 2029, e grande excesso de oferta se aproxima, diz IEA
O crescimento da demanda de petróleo atingirá um patamar de 105,6 milhões de bpd até 2029, segundo a IEA
(Reuters) - A demanda global de petróleo atingirá o pico em 2029 e começará a se contrair no ano seguinte, informou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, enquanto a capacidade de fornecimento de petróleo deverá superar amplamente a demanda até o fim da década.
O órgão de vigilância do setor de energia sediado em Paris prevê que a capacidade de fornecimento atingirá quase 114 milhões de barris por dia (bpd) até 2030, ou seja, 8 milhões de bpd acima da demanda projetada em seu relatório anual sobre petróleo.
"As projeções deste relatório, com base nos dados mais recentes, mostram um grande excedente de oferta surgindo nesta década, sugerindo que as empresas petrolíferas talvez queiram se certificar de que suas estratégias e planos de negócios estejam preparados para as mudanças que estão ocorrendo", disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
O crescimento da demanda de petróleo atingirá um patamar de 105,6 milhões de bpd até 2029, segundo a IEA, antes de sofrer uma pequena contração em 2030, com o aumento do uso de carros elétricos, a melhora da eficiência e o abandono do petróleo na geração de energia.
Os produtores não pertencentes à Opep+, liderados pelos Estados Unidos, serão responsáveis por três quartos do aumento da capacidade de produção até 2030, acrescentou a IEA.
"A capacidade ociosa em tais níveis poderia ter consequências significativas para os mercados de petróleo, inclusive para as economias produtoras da Opep e de outros países, bem como para o setor de xisto dos EUA", disse a IEA.
O crescimento da demanda será impulsionado principalmente pelas economias emergentes da Ásia, especialmente pelo transporte rodoviário na Índia, bem como pelo combustível de aviação e produtos petroquímicos na China.
A IEA reduziu sua previsão de crescimento da demanda de petróleo em 2024 em 100.000 bpd, para 960.000 bpd, citando o consumo lento nos países desenvolvidos, enquanto uma economia em ritmo lento e a adoção de energia verde devem gerar um crescimento de 1 milhão de bpd no próximo ano.
Essas projeções estão muito abaixo das da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que na terça-feira manteve sua perspectiva de crescimento da demanda para 2024 estável em 2,25 milhões de barris por dia (bpd) e 1,85 milhão de bpd para 2025.
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