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      Dólar tem maior alta diária no governo Lula após China reagir a tarifas dos EUA

      O dólar à vista fechou em alta de 3,72%, aos R$5,8382

      Notas de dólar - 12/02/2018. (Foto: REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Illustration/File Photo)
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      Por Fabricio de Castro

      SÃO PAULO (Reuters) - Após o forte recuo da véspera, o dólar registrou nesta sexta-feira a maior alta percentual diária do governo Lula até o momento, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior após a China anunciar retaliação ao tarifaço dos EUA, aumentando a guerra comercial e a perspectiva de desaceleração da economia global.

      O dólar à vista fechou em alta de 3,72%, aos R$5,8382, na maior elevação percentual em um único dia desde 10 de novembro de 2022, quando subiu 4,10% ainda no governo de Jair Bolsonaro. Apenas nesta sexta, a moeda avançou 21 centavos de real.

      Na semana, a divisa dos EUA acumulou alta de 1,31%. No ano, porém, a queda acumulada é de 5,52%.

      Às 17h52, na B3 o dólar para abril -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 3,63%, aos R$5,8670.

      No início do dia a China anunciou cobrança adicional sobre os produtos norte-americanos de tarifa de 34% -- mesmo percentual anunciado na quarta-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para os produtos chineses. Além disso, Pequim estabeleceu controles sobre a exportação de algumas terras raras -- elementos químicos fundamentais para a indústria de tecnologia – e apresentou uma reclamação na Organização Mundial do Comércio (OMC).

      Os temores de recessão nos EUA e desaceleração da economia global impactaram diretamente as moedas de países exportadores de commodities e emergentes, como o real, o peso chileno, o peso mexicano e o rand sul-africano. Após o recuo forte da véspera, o dólar também recuperou valor ante o iene, o euro, a libra e o dólar australiano.

      No Brasil, as cotações acompanharam o movimento.

      “Vemos uma correção do frenesi de ontem (quinta), quando o mercado vendeu dólar e buscou onde colocar o dinheiro. O DXY (índice do dólar) estava mais fraco ontem, e hoje está o oposto”, comentou Laís Costa, analista da Empiricus Research.

      A forte queda do petróleo era outro fator para o fortalecimento do dólar ante o real, já que o Brasil é exportador da commodity.

      Neste cenário, o dólar oscilou em alta ante o real durante todo o dia, renovando máximas até o pico de R$5,8459 (+3,85) às 16h16.

      “Existe também um reflexo prático e imediato no fluxo. As bolsas lá fora desabaram, com o (índice) Nasdaq caindo mais de 4%, por exemplo. Então o investidor precisa recompor essas perdas, e aí precisa ‘vender emergente’”, afirmou o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo, ao justificar o avanço forte do dólar ante o real nesta sexta-feira. “Essa dinâmica também pesou.”

      Às 17h43, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 1,02%, a 103,050.

      Pela manhã, o Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.

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