Dólar cai pela 7ª sessão e atinge menor cotação em 5 meses no Brasil
Nas últimas sete sessões a moeda norte-americana acumulou baixa de 3,52%
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar completou a sétima sessão consecutiva de baixa ante o real, encerrando a quarta-feira na menor cotação em cinco meses, acompanhando a perda de força da moeda norte-americana no exterior após decisão do Federal Reserve sobre juros nos EUA.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,47%, aos R$5,6486, menor cotação desde 14 de outubro de 2024, quando terminou em R$5,5827. Nas últimas sete sessões o dólar acumulou baixa de 3,52% e, no ano, recuo de 8,58%.
Às 17h06 na B3 o dólar para abril -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,48%, aos R$5,6620.
O dólar chegou a oscilar em alta ante o real no início do dia, acompanhando o viés positivo para a moeda norte-americana no exterior, com investidores à espera da decisão de política monetária do Fed, no meio da tarde.
Mas ainda pela manhã o dólar perdeu força e se reaproximou da estabilidade ante o real, com profissionais do mercado avaliando que os negócios estavam “travados” em função da expectativa antes do Fed.
Às 15h o Fed anunciou a manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%, como era largamente esperado, mas houve discordância entre as autoridades sobre a trajetória apropriada da política monetária, refletindo a incerteza sobre os efeitos econômicos das políticas do governo Trump.
Nove das 19 autoridades de política monetária do Fed esperam que a taxa de juros esteja na faixa de 3,75% a 4,00% até o final deste ano, segundo o resumo trimestral das projeções econômicas, o que pressupõe dois cortes de 25 pontos-base. Quatro consideraram que um corte nos juros será apropriado este ano, e quatro avaliaram que o Fed não deveria cortar os juros de forma alguma. Outras duas autoridades consideraram que três cortes seria a decisão correta.
Outro ponto de atenção foi a redução pelo Fed da projeção para o crescimento em 2025, de 2,1% para 1,7%, com taxa de desemprego ligeiramente maior no final do ano. Já a projeção do Fed para a inflação em 2025 passou de 2,5% para 2,7%.
O superintendente da Mesa de Derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, chamou atenção para o fato de a inflação nos EUA seguir em ritmo crescente, com uma atividade decrescente, “frutos das políticas protecionistas do novo governo Trump, que também elevam o risco de recessão americana para o final do primeiro semestre e para a segunda metade de 2025”.
Após a decisão, os rendimentos dos Treasuries cederam e o dólar perdeu força ante as demais divisas fortes, o que impactou o câmbio e a renda fixa no Brasil.
Após atingir a cotação máxima de R$5,6923 (+0,30%) às 9h57, ainda na primeira hora de negócios, o dólar à vista marcou a mínima de R$5,6325 (-0,76%) às 15h59, já sob influência da decisão do Fed.
Investidores também aguardavam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, após as 18h30. Embora o mercado precifique elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic, de 13,25% para 14,25%, os agentes estão ansiosos para saber qual será a mensagem do Copom para a próxima decisão, em maio.
Pela manhã, o Banco Central vendeu um total de US$2 bilhões em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolagem de vencimentos programados para abril.
Às 17h17 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,14%, a 103,440, após ter registrado ganhos mais fortes durante a manhã, antes da decisão do Fed.
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