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      Dólar recua em sessão positiva para emergentes, mas fecha semana em alta com tensões comerciais

      Na semana, a moeda acumulou alta de 0,54%

      Nota de dólar - 01/06/2017 (Foto: Reuters)
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      Por Fernando Cardoso

      SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista caiu ante o real nesta sexta-feira, com os investidores em busca de ativos de maior risco nesta sessão, mas ainda fechou a semana em alta, em meio à escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm elevado os temores de uma recessão econômica global.

      O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$5,8698. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,54%

      Às 17h17, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a R$5,888 na venda.

      Os ganhos do real ocorreram na esteira dos avanços de seus pares frente à divisa dos EUA, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que se beneficiaram das altas dos preços de commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo.

      Investidores também pareciam motivados a buscar ativos de risco diante dos ganhos em Wall Street, que repercutia balanços fortes por parte de grandes bancos e declarações de autoridades do Federal Reserve, que garantiram a prontidão do banco central dos EUA em lidar com qualquer distorção no sistema financeiro.

      Após as fortes perdas entre emergentes durante a semana, os agentes financeiros ainda aproveitavam para realizar lucros e ajustar suas posições ao fim de uma semana de extrema volatilidade em meio à incerteza comercial no exterior.

      O movimento da sessão ocorreu apesar de nova escalada na guerra comercial entre EUA e China, que vinha deixando os investidores mais receosos ao risco em países emergentes ao longo da semana.

      Mais cedo, a China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos EUA para 125%, revidando a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas para a segunda maior economia do mundo a 145%.

      O anúncio de Trump veio em resposta à imposição por Pequim de tarifa de 84% sobre as mercadorias dos EUA, quando a China retaliou uma imposição de tarifa anterior feita pelos EUA.

      Na semana passada, Trump disse que colocaria taxa de 54% sobre o país asiático, levando a China a anunciar uma tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos. Em seguida, os EUA impuseram taxa de 104% sobre os produtos chineses, provocando a tarifa retaliatória de 84%.

      Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, as tensões comerciais também podem estar contribuindo para o enfraquecimento do dólar e de outros ativos dos EUA, como os Treasuries, uma vez que cresce a percepção de que a maior economia do mundo será prejudicada pela disputa.

      "A narrativa de 'vender tudo dos EUA' estava viva nos mercados. Em períodos normais de estresse, os ativos dos EUA se saíram bem. Isso virou de cabeça para baixo desde a semana passada, com os investidores parecendo perder a confiança na posição dos EUA como o pilar do excepcionalismo", afirmou.

      Analistas temem que a disputa comercial com a China possa reacender a inflação nos EUA e provocar uma recessão econômica devido à dependência de muitas empresas norte-americanas em relação às importações vindas da China.

      Na mínima do dia, o dólar chegou a alcançar R$5,8179 (-1,37%), às 9h34, enquanto a máxima foi de R$5,9193 (+0,34%), às 10h34.

      Às 17h17, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,66%, a 99,861.

      Na cena doméstica, o dia foi marcado pela divulgação de dados econômicos.

      A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central.

      Já o IBGE informou que o IPCA de março desacelerou em linha com o esperado em relação ao mês anterior, com a inflação atingindo o patamar de 5,48% em 12 meses.

      Pela manhã, o Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.

      (Edição de Pedro Fonseca)

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