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    Dólar atinge pela primeira vez a cotação simbólica de R$ 4,50

    É crescente no mercado a percepção de instabilidade política e econômica no Brasil

    (Foto: Reuters)

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    Infomoney - O Ibovespa estende nesta quinta-feira (27) as perdas da véspera, quando a Bolsa teve seu pior pregão desde 18 de maio de 2017 no “Joesley Day”. O coronavírus segue como principal driver dos mercados globais, derrubando as bolsas asiáticas, europeias e os futuros dos índices dos Estados Unidos.

    Um dos desdobramentos do noticiário sobre a doença hoje foi a informação trazida pelo governo americano de um caso de origem desconhecida no Condado de Solano, Estado da Califórnia.

    A Coreia do Sul, onde o surto ganhou força, informou 505 novos casos do coronavírus nesta quinta-feira, elevando para 1.766 o número de pessoas infectadas. Com os novos casos de hoje, a Coreia do Sul ultrapassou a China no número de casos diários – a China reportou ter tido hoje 452 novos casos, informa a CNBC.

    Na Itália, onde o surto se instalou principalmente no Norte do país, o governador da rica região da Lombardia, Attilio Fontana, informou que ficará recolhido em quarentena, após um assessor ter contraído o coronavírus. O número de casos na Itália ultrapassa 400, com 12 mortes.

    Às 11h44 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 1,84%, aos 103.773 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em março avançava 1,06%, a R$ 4,4985. Já o dólar comercial tem alta de 1,27%, a R$ 4,4988 na compra e R$ 4,5006 na venda.

    Hoje, o Banco Central ofertou mais 20 mil contratos de swap cambial, que se somam aos 10 mil vendidos ontem. Todos foram colocados no leilão.

    Já entre os juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 4,75%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 avança dois pontos a 5,39%, seguido pela alta de quatro pontos-base do vencimento em janeiro de 2025, a 6,24%.

    Entre os indicadores, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 2,1% no quarto trimestre, em linha com a expectativa mediana dos economistas de acordo com o consenso Bloomberg. No terceiro trimestre, o PIB dos EUA também avançou 2,1%.

    Ontem à noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu vice-presidente, Mike Pence, irá coordenar os esforços de combate ao coronavírus no país. Trump admitiu, porém, que a disseminação do coronavírus nos EUA não é inevitável. A Microsoft se somou à Apple e HP ao rebaixar perspectiva de resultado devido ao vírus.

    No mercado de commodities, o petróleo tem 5ª baixa seguida, para menos de US$ 49, com receio de que uma pandemia afete o crescimento global, enquanto os metais recuam em Londres e minério de ferro tem 4ª baixa em Cingapura.

    Já o Tesouro Nacional brasileiro divulgou o resultado primário do governo central de janeiro, que mostrou superávit primário de R$ 44,124 bilhões. A expectativa era de um superávit de R$ 40,4 bilhões. O governo também reduziu a previsão da dívida bruta de 2020 de 78,2% para 77,9% do PIB.

    Tensão com Congresso

    Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica já começa a ver riscos de não avançarem rapidamente, neste primeiro semestre, as três pautas que eram dadas como certas para aprovação pelo Congresso: o projeto de autonomia do Banco Central e as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e dos fundos públicos.

    Os ânimos mais acirrados com o Parlamento, depois que o presidente Jair Bolsonaro disparou de seu celular um vídeo convocando apoiadores a irem às ruas para defendê-lo contra o Congresso, colocou a pauta em suspense e ampliou as incertezas da agenda econômica.

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o mais cobrado pelas lideranças partidárias da Câmara e do Senado, que o acusam de ter descumprido o acordo do Orçamento impositivo, que amplia poderes dos parlamentares na destinação dos recursos para programas e ações do governo.

    Noticiário corporativo 

    A Eletrobras comunicou na noite de ontem que o CPPI, órgão federal ligado à presidência da República, recomendou que a estatal seja excluída do Plano Nacional de Desestatização, comandado pelo Ministério da Economia.

    Segundo a empresa, a recomendação foi publicada na Resolução 109 de 19 de fevereiro. Já o Banco do Nordeste informou que planeja aumentar o seu capital social em R$ 1,7 bilhão, com a incorporação de lucros dos exercícios anteriores. A medida depende de aprovação em Assembleia no dia 27 de março.

    No noticiário corporativo nacional, foram divulgados os dados da Ambev: a maior fabricante de cerveja e refrigerantes da América Latina teve lucro líquido de R$ 12,188 bilhões em 2019, 7,4% acima dos R$ 11,347 bilhões registrados em 2018.

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