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    Dólar e Ibovespa fecham sessão em alta

    O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,65%, a 124,7 mil pontos

    (Foto: Reuters)

    247 - O dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 nesta segunda-feira (1) e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio. Encerrou o dia cotado a 5,6538 reais na venda, em alta de 1,13%. Este é o maior preço de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando encerrou em 5,6723 reais. Em 2024, a divisa acumula elevação de 16,53%. Às 17h25, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,02%, a R$ 5,6675 na venda.

    O dólar oscilou em leve baixa no início da sessão, com investidores aproveitando os avanços mais recentes para realizar lucros. Às 10h31, a divisa à vista marcou a cotação mínima de 5,5668 reais (-0,43%).

    Pela manhã, o relatório Focus mostrou que a projeção mediana do mercado para a inflação em 2024 passou de 3,98% para 4,00% e em 2025 de 3,85% para 3,87%. Em ambos os casos as expectativas estão se distanciando do centro da meta de 3% para a inflação. A projeção de inflação para 2026 subiu pela nona semana consecutiva.

    Além disso, as projeções do Focus mostraram que o país seguirá com déficit primário pelo menos até 2027, já após o atual governo Lula. Já a projeção para o câmbio no fim de 2024 subiu de 5,15 para 5,20 reais -- um valor que, segundo operadores, é improvável no curto prazo.

    Neste cenário, o dólar à vista acelerou os ganhos ante o real, enquanto as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) tiveram um novo dia de altas firmes.

    “Houve certa reação (de baixa do dólar) mais cedo, mas nada muito expressivo”, pontuou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. “Nada mudou. O Brasil segue com dificuldades, com o desafio fiscal interno, e o presidente Lula falou hoje de novo sobre o Banco Central. Não tem como o dólar cair muito, ou (como) os juros (cederem)”, acrescentou.

    Ibovespa

    O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, em desempenho sustentado principalmente pelas ações de Vale e Petrobras na esteira do avanço do minério de ferro e do petróleo no exterior, enquanto SLC Agrícola saltou mais de 7% após análise mostrar valorização de suas terras entre 2023 e 2024.

    Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,65%, a 124.718,07 pontos, tendo marcado 123.735,19 pontos na mínima e 125.219,91 pontos na máxima do primeiro pregão de julho. O volume financeiro somou 20,51 bilhões de reais.

    Estrategistas da XP chefiados por Fernando Ferreira reiteraram a previsão de valor justo do Ibovespa em 145 mil pontos para o final de 2024 em relatório a clientes, destacando que as probabilidades de corte de juros nos EUA aumentaram recentemente, o que seria um catalisador para a bolsa paulista.

    A alta do Ibovespa no primeiro pregão de julho ocorreu mesmo em meio ao aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com o yield do Treasury de 10 anos marcando 4,4712%, de 4,343% na última sessão, o que reverberou na curva futura de juros no Brasil, afetando algumas ações sensíveis à economia doméstica.

    Incertezas persistentes sobre a política fiscal e em relação a quem substituirá Roberto Campos Neto à frente do Banco Central também continuam pesando nas taxas dos DI, enquanto a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou nova deterioração nas expectativas de inflação.

    Analistas do BB Investimentos reduziram o preço-alvo para o Ibovespa ao final de 2024, de 141 mil para 138 mil pontos, mas ressaltaram que não houve deterioração nos fundamentos das companhias. "Do ponto de vista micro, a bolsa 'deveria' refletir positivamente movimentos de expansão nas expectativas de lucro."

    No mês passado, o Ibovespa acumulou uma alta de 1,48%, mas no primeiro semestre ainda contabilizou uma perda de 7,66%.

    DESTAQUES

    - VALE ON avançou 1,48%, conforme os futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, ajudados por dados de atividade fabril melhores do que o esperado na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 2,5%.

    - PETROBRAS PN valorizou-se 1,52%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 1,88%.

    - SLC AGRÍCOLA ON saltou 7,22%, após a companhia, uma das maiores produtoras agrícolas do Brasil, divulgar que suas terras foram avaliadas neste ano em 11,59 bilhões de reais, ante avaliação de 10,93 bilhões de reais em 2023. O grupo também disse que a produtividade da soja cultivada ficou 17% abaixo do orçado na temporada 2023/24.

    - EQUATORIAL ON avançou 4,37%, ainda sob efeito de ter sido única finalista no processo de disputa por um investidor estratégico na privatização da Sabesp, com uma oferta de 6,9 bilhões de reais por 15% da companhia paulista de saneamento. O BTG Pactual também incluiu os papéis em sua carteira recomendada para julho. SABESP ON subiu 4,24%.

    - ASSAÍ ON caiu 3,29%, renovando mínimas históricas. Em uma estimativa preliminar para o resultado do segundo trimestre, o BTG calcula expansão de 3% nas vendas mesmas lojas do Assaí ano a ano, enquanto no Carrefour Brasil a divisão de varejo deve mostrar queda de 1,5%, mas o Atacadão alta de 5%. CARREFOUR BRASIL ON subiu 0,11%.

    - BANCO DO BRASIL ON recuou 1,31%, pior desempenho entre os bancos do Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN cedendo 0,48%, BRADESCO PN perdendo 0,89% e SANTANDER BRASIL UNIT fechando em baixa de 0,36%.

    * Com informações da Reuters

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