Dólar hoje sobe forte e supera R$ 5,50
Dólar opera com forte alta frente ao real nesta quarta-feira, acompanhando o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior
Por Felipe Moreira, Infomoney - Apesar de ter subido mais de 1% na véspera, o dólar opera com forte alta frente ao real nesta quarta-feira (26), chegando a ultrapassar o patamar de R$ 5,50, acompanhando o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, com investidores no Brasil avaliando ainda os dados do IPCA-15, mas principalmente repercutindo falas do presidente Lula no Brasil e de integrantes do Federal Reserve nos EUA.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,39% em junho, ante alta de 0,44% no mês anterior e abaixo do 0,45% esperado por analistas consultados pela Reuters.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 10h23 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 1,13%, a R$ 5,515 na compra e R$ 5,516 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,40%, aos R$ 5,482.
Na terça-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,454 na venda, em alta de 1,19%.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,515
- Venda: R$ 5,516
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,473
- Venda: R$ 5,653
O que acontece com dólar hoje?
A divisa americana segue em alta ante a moeda brasileira, em mais um dia de percepção de riscos elevada para o Brasil, segundo avaliação do analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos.
Segundo Mattos, a desconfiança e o ceticismo em relação à condução das políticas econômicas do país, tanto a política fiscal quanto a política monetária, levam a derrocada do real.
“Nesta manhã o IBGE divulgou o IPCA 15 de junho, que foi uma leitura meio termo, não dá para dizer que ela foi baixa, mas também não é das mais altas que chegamos a observar em altas mensais”, comenta o analista.
Além disso, no radar dos traders está a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que discutirá as metas inflacionárias e para esse ano espera-se a transição para um sistema de metas de inflação de período contínuo. A meta deve continuar em 3% no acumulado de 12 meses, com variação permitida, com limite de flutuação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Ainda na cena nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acelerou os ganhos da divisa americana com novas falas em entrevista ao UOL após tratar do fiscal — um dos temas mais sensíveis para o mercado nas últimas semanas.
Entre outras coisas, Lula descartou a possibilidade de o governo desvincular pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da política de ganhos reais do salário mínimo. “Garanto que o salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, afirmou. “Eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos.”
Em falas recentes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vinha defendendo a proposta de desindexação do salário mínimo da Previdência Social.
Na entrevista, Lula também desconversou sobre a possibilidade do o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, substituir Campos Neto a partir de 2025. Lula classificou Galípolo como um “companheiro” preparado, mas disse que ainda não pensa na sucessão de Campos Neto no BC — outro tema bastante sensível para o mercado.
No exterior, a diretora do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, reiterou nesta quarta-feira sua visão de que “a inflação diminuirá ainda mais com a manutenção da taxa de juros” nos Estados Unidos e que os cortes serão “por fim” apropriados se a inflação chegar de forma sustentável a 2%.
Suas falas preparadas para evento nesta quarta omitiram qualquer referência a quanto tempo os juros podem precisar ficar onde estão, um pequeno desvio em relação a terça-feira, quando ela disse que precisariam ficar na faixa atual “por algum tempo”.
(Reuters)
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