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    Dólar registra a maior queda diária desde agosto

    A moeda americana continua acima dos R$ 5

    Dólar (Foto: Kim Hong Ji - Reuters)

    Por Fabricio de Castro

    SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em forte baixa ante o real nesta quinta-feira, com as cotações reagindo, na volta do feriado, às mensagens de política monetária do Federal Reserve e à decisão da Moody’s de melhorar a perspectiva de classificação de crédito do Brasil.

    A moeda norte-americana à vista fechou o dia cotada a 5,1135 reais na venda, em baixa de 1,53%. Foi o maior recuo percentual em um único dia desde 23 de agosto do ano passado, quando cedeu 1,63%. Em 3 de novembro do ano passado, o dólar também havia recuado 1,53%.

    Às 17h14, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,72%, a 5,1275 reais na venda.

    Na quarta-feira, com os mercados fechados no Brasil em função do Dia do Trabalho, o Fed manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e sinalizou que ainda está inclinado a eventuais reduções nos custos de empréstimos nos EUA -- uma notícia que pesou sobre a curva de juros norte-americana na véspera e que, em tese, é desfavorável ao dólar.

    Além disso, a agência Moody's reafirmou a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 na quarta-feira, mas alterou a perspectiva do país de "estável" para "positiva", citando um PIB mais robusto e um progresso contínuo -- embora gradual -- em direção à consolidação fiscal.

    No mercado de câmbio a ação da Moody’s foi considerada favorável ao real (desfavorável ao dólar), já que o país pode se tornar no futuro, com eventual retomada do grau de investimento, mais atrativo ao capital externo.

    Assim, estes dois fatores -- o Fed e a Moody’s -- pesaram sobre as cotações do dólar na reabertura do mercado brasileiro nesta quinta-feira.

    “Atribuo a queda do dólar hoje (quinta-feira) mais ao exterior. Como não tivemos mercado ontem, quando os negócios voltaram o dólar já cedeu”, comentou Matheus Massote, especialista de câmbio da One Investimentos. “E tivemos a Moody’s, que obviamente é importante”, acrescentou.

    De fato, após registrar a cotação máxima de 5,1944 reais (+0,03%) no primeiro minuto da sessão, às 9h, o dólar à vista despencou no Brasil.

    O movimento de queda continuou pela manhã e à tarde, com a moeda à vista atingindo a cotação mínima de 5,1000 reais (-1,79%) às 14h47.

    A partir do nível de 5,1000 reais -- considerado por vários profissionais ouvidos pela Reuters nas últimas semanas como uma espécie de “piso” de oscilação para o dólar após o movimento mais recente de reprecificação global -- o dólar recuperou um pouco da força, mas ainda assim fechou em queda firme.

    Pela manhã, chamaram ainda a atenção os fortes números do balanço de pagamentos brasileiro, divulgados pelo Banco Central.

    O país teve um déficit em transações correntes de 4,579 bilhões de dólares em março, pior que o saldo negativo de 3,1 bilhões de dólares projetado por economistas do mercado. No entanto, o Investimento Direto no País (IDP) alcançou 9,591 bilhões de dólares, contra 6,85 bilhões de dólares projetados na pesquisa da Reuters. Na prática, o IDP mais do que cobriu o déficit em transações correntes.

    No acumulado do primeiro trimestre, o déficit em transações foi de 14,4 bilhões de dólares, mas entraram no país via IDP 23,3 bilhões de dólares.

    Também pela manhã o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.

    Às 17h38, o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,30%, a 105,390.

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