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Em meio à discussão sobre corte de gastos, Gleisi critica investidas contra benefícios sociais: 'nada satisfaz o mercado'

Presidente do PT não poupou críticas ao mercado e à imprensa: “e chamam isso de debate econômico. Quanta hipocrisia…”

Gleisi Hoffmann (Foto: Lula Marques/ABr)

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247 - Em meio a uma intensa discussão sobre o orçamento federal e propostas de corte de gastos públicos, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), manifestou sua insatisfação em relação à pressão exercida sobre o governo para que sejam reduzidos investimentos em áreas sociais. Em declaração incisiva pelas redes sociais, Gleisi criticou a postura da grande mídia e de setores do mercado financeiro, os quais, segundo ela, "vocalizam como verdade universal" uma visão que prioriza ajustes fiscais às custas de benefícios essenciais para a população mais vulnerável.

Gleisi não economizou palavras ao abordar o papel de jornais como Folha de S. Paulo e O Globo no debate. "Editoriais da Folha e de O Globo exigem do governo cortes na Saúde e Educação, no seguro-desemprego e até a desvinculação do BPC e das aposentadorias ao salário-mínimo, em nome de uma alegada credibilidade fiscal. Que credibilidade têm os jornais, que se beneficiam de uma injustíssima e danosa isenção de impostos?", questionou. Para ela, a cobrança de austeridade ignora isenções fiscais de grandes grupos de comunicação, os quais, em sua visão, se mantêm em silêncio sobre suas próprias vantagens tributárias.

A líder do PT destacou também o contraste entre as demandas por cortes nos gastos sociais e nenhuma linha nos editoriais sobre a passividade do Banco Central (BC) frente à recente alta do dólar. "Nada também sobre o BC que agora cruza os braços diante da alta do dólar, mas fez 127 intervenções no câmbio no tempo de Bolsonaro", criticou. Segundo Gleisi, o modelo econômico atual favorece os especuladores e grandes investidores em detrimento dos trabalhadores e aposentados. "Cortes contra trabalhadores, aposentados e a maioria do povo; juros para os especuladores e detentores da dívida pública, anabolizada pela Selic estratosférica".

Para a presidente do PT, a economia brasileira, sob a gestão do presidente Lula (PT), vem apresentando sinais positivos, como crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), melhoria dos indicadores fiscais, retomada dos investimentos, aumento do emprego e elevação dos salários. Mesmo assim, Gleisi aponta que o mercado financeiro permanece insatisfeito, demandando cada vez mais ajustes. "A economia crescendo, os fundamentos em ordem, retomada dos investimentos e da indústria, empregos, salário e renda subindo; nada satisfaz a voracidade dos mercados que a mídia vocaliza como se fosse a verdade universal", afirmou.

Em um tom duro, Gleisi concluiu seu posicionamento reforçando a crítica ao chamado “debate econômico” no Brasil. "E chamam isso de debate econômico. Quanta hipocrisia...", declarou, alfinetando o papel da imprensa e dos analistas de mercado que, segundo ela, defendem ajustes fiscais severos para a população sem apontar alternativas que não prejudiquem os direitos dos mais vulneráveis.

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