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    Enchentes no Rio Grande do Sul levam o MST a perder 50% da produção de arroz orgânico

    O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra estima que a perda possa chegar a 10 mil toneladas de arroz

    Arroz Terra Livre pode ser comprado nas lojas do Armazém do Campo espalhadas pelo país (Foto: Divulgação)

    247 - As chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desencadearam um cenário de preocupação para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), especialmente em relação à sua produção de arroz orgânico, que é um dos pilares da política agroecológica do grupo. De acordo com estimativas do próprio movimento, as perdas podem chegar a até 10 mil toneladas de arroz, o que representa cerca de 50% da produção total. Na safra 2022/2023, foram colhidas 16 mil toneladas, mas em anos anteriores esse número chegou a 20 mil toneladas, informa a Folha de S. Paulo.

    A situação é crítica nos oito assentamentos do MST localizados na região metropolitana de Porto Alegre. Em sete deles, a produção foi totalmente afetada pelas enchentes, enquanto o assentamento de Viamão ainda está avaliando os danos. Em três desses assentamentos, todas as casas dos assentados foram atingidas.

    A espera agora é pelo recuo das águas para avaliar o que ainda pode ser preservado da colheita e também para mensurar os estragos em equipamentos e instalações.

    Para a safra 2023/2024, a previsão inicial era de colher 280 mil sacas de arroz orgânico, sendo 150 mil apenas na região metropolitana de Porto Alegre. Contudo, com as perdas significativas, essa meta se torna incerta.

    É importante destacar que mais de 4.000 hectares da produção de arroz orgânico estão em assentamentos do MST, de acordo com o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), órgão vinculado ao Governo do Rio Grande do Sul. Isso contrasta com menos de 1.000 hectares dos demais produtores do estado, que concentram 70% da produção nacional do grão.

    Além dos prejuízos na produção de arroz, as cheias também impactaram as hortas dos sem-terra e representam uma ameaça aos produtores de leite vinculados ao MST, ampliando os desafios enfrentados pela comunidade rural.

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