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    "Espero que Haddad e Simone estejam acompanhando", diz Lula sobre cobranças a Campos Neto, do Banco Central

    "Juros a 13,75% não dá. Esse país precisa gerar emprego formal. Empregados de aplicativos são tratados quase como escravos", afirmou o presidente a jornalistas

    Roberto Campos Neto, Lula, Janja, Fernando Haddad e Simone Tebet (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Luis Costa Pinto | REUTERS/Arnd Wiegmann | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil (edited))
    Guilherme Levorato avatar
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    Por Luís Costa Pinto, sucursal Brasil 247 em Brasília - Durante café da manhã com jornalistas na manhã desta terça-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou e reforçou suas cobranças ao Banco Central para que entre em sintonia com a estratégia macroeconômica de médio e longo prazo. "É preciso ter responsabilidade fiscal, como tive em meus primeiros mandatos", disse Lula. E prosseguiu: "é preciso ter responsabilidade política, responsabilidade econômica e, sobretudo, responsabilidade social. Todos devem saber: o social é o que mais importa".

    O presidente da República ressaltou que só esteve uma única vez com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e disse esperar que "esse cidadão, que foi indicado pelo Senado, tenha condições de maturar, de pensar, de refletir, que ele tem mais responsabilidades" do que tinha Henrique Meirelles. "Meirelles foi indicado por mim, e nós éramos cobrados para baixar os juros, e cobravam do presidente da República", disse Lula. "Juros a 13,75% não dá. Esse país precisa gerar emprego formal. Empregados de aplicativos são tratados quase como trabalhadores escravos", asseverou, para deixar claro que a política de juros definida pelo BC influencia em cadeia toda a economia e é por isso que ele cobra maior sintonia do BC com o governo.

    >>> Lula tem razão e o Banco Central é a causa do desequilíbrio fiscal

    "Eu tive imensa responsabilidade fiscal em meu primeiro mandato", disse o presidente. "Fui o presidente que mais fez superávit primário. Nossos governos reduziram a taxa de juros a 4,5% ao ano. Fomos o governo que fez a maior reserva em dólar da história do Brasil. Deixamos US$ 370 bilhões de reservas, agora o BC está com US$ 324 bilhões de reservas, e isso é um colchão que dá sustentação ao País".

    Ao responder a uma pergunta do portal 247, que quis saber se os ministros da Fazenda e do Planejamento poderiam cobrar maior alinhamento e colaboração do presidente do BC na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para o próximo dia 16, o presidente Lula disse então, mais uma vez, esperar que "o Haddad e a Simone estejam acompanhando tudo isso" e que conversem com Campos Neto. "Eu só conversei com ele uma vez. Ele conversou muito com o Bolsonaro", ressaltou Lula. "Não quero confusão com o Banco Central. (...) Eu não discuto com o presidente do BC. Ele deve explicação ao Congresso Nacional. (...) Quero é que o Brasil volte a crescer e a distribuir renda". 

    O presidente Lula ainda deixou claro que vai trocar em breve os presidentes do Banco do Nordeste e do Banco da Amazônia, ainda presididos por pessoas indicadas pela dupla Bolsonaro/Paulo Guedes. "Haverá mudança em todos os bancos, como já fiz com a Caixa Econômica, com o Banco do Brasil, com o BNDES", disse Lula. "BNB e BASA têm passar a emprestar para o micro e o pequeno empreendedor. São bancos que ampliam a capacidade de financiamento da base da economia e as mudanças de todos os bancos públicos são nesse sentido".

    *Ao longo do dia, este texto será acrescido de novas informações sobre o café de Lula com jornalistas

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