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    EUA respondem por quase um terço dos investimentos estrangeiros no Brasil, diz relatório

    Corrente de comércio chega a cerca de US$ 75 bilhões e os investimentos diretos somam US$ 228,8 bilhões

    (Foto: Alan Santos/PR)

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    247 - O relacionamento econômico entre Brasil e Estados Unidos alcançou uma corrente de comércio de quase US$ 75 bilhões e um estoque de investimento direto no Brasil de US$ 228,8 bilhões. Os EUA tornaram-se o segundo maior parceiro comercial do Brasil e seu maior investidor direto. Segundo a coluna Painel S.A., da Folha de S. paulo, os dados constam da terceira edição do Mapa Bilateral de Comércio e Investimentos Brasil-EUA, elaborado pela ApexBrasil em colaboração com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), que será lançado nesta terça-feira (18) em um evento comemorativo aos 200 anos de relações entre os dois países

    Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, os setores abrangidos incluem alimentos, bebidas e agronegócio, casa e construção, economia criativa, máquinas e equipamentos, moda, saúde e tecnologia da informação. "Embora a China seja nosso maior parceiro comercial, temos uma vantagem com os EUA, no aspecto de que nós exportamos para lá muitos produtos com valor agregado", diz Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

    O documento também faz uma análise sobre a perda de oportunidades do Brasil no cenário global. Viana aponta que, devido a erros do governo Jair Bolsonaro (PL), o Brasil não aproveitou a chance de substituir parte das importações americanas provenientes da China, que diminuíram de 23% para 10% do total de importações dos EUA. "Nesse movimento, o México ocupou o espaço na substituição de importações da China, enquanto o Brasil ficou de fora", explicou.

    No entanto, essa situação começou a mudar no ano passado, conforme relatou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil. "O Brasil passou a exportar e atrair investimentos em diversas áreas de manufaturados e, sobretudo, ganhou a atenção dos EUA nas tecnologias de energia renovável e limpa", disse Neto. Ele mencionou que a política de produção local dos EUA atraiu investimentos de grupos brasileiros, como a Granbio e a WEG, no setor de energia renovável.

    Com cerca de US$ 1 trilhão em investimentos estrangeiros acumulados, o Brasil vê 23% desse montante vindo dos EUA, o que equivale a US$ 228 bilhões. Viana enfatizou a importância de tratar esse parceiro com prioridade, sem deixar de lado as relações com China, Mercosul e União Europeia.

    A política de neoindustrialização do governo Lula e o potencial do Brasil na transição energética para energias verdes, como o hidrogênio verde, abrem novas oportunidades para investimentos dos EUA. Neto destacou que já há investimentos norte-americanos em minerais críticos, como o lítio, e participação acionária em empresas de renováveis no Brasil. "Este é um mercado que tende a ser mais explorado", afirmou.

    O relatório também revela que empresas brasileiras no setor alimentício consolidaram sua presença nos EUA, respondendo por quase 35% da proteína animal e 75% do suco de laranja consumidos pelos americanos.

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