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    Fluxus, do grupo J&F, anuncia investimento de meio bilhão de reais na Bolívia para multiplicar por 10 a produção de gás natural

    Ricardo Savini, CEO da Fluxus, explica que a Bolívia tem importância estratégica para atender a demanda regional por gás

    Gás Natural (Foto: ALESP)

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    247 - Em dezembro de 2023, o setor de óleo e gás entrou no portfólio diversificado da J&F, conglomerado que já atua nas áreas de alimentos, celulose, mineração, higiene e cosméticos e serviços financeiros. A aquisição da Fluxus, especializada em produção de gás natural, complementa a estratégia do grupo ao fortalecer a sinergia com a Âmbar, empresa de energia do grupo Batista, explica o Neofeed.

    A Fluxus recentemente adquiriu três campos de gás natural na bacia Tarija-Chaco, na Bolívia – Tacobo, Tajibo e Yacuiba – da Pluespetrol, em junho de 2023. Com esta aquisição, a empresa planeja aumentar sua produção diária de gás natural de 100 mil metros cúbicos para 1,1 milhão de metros cúbicos até 2028, por meio de um investimento de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 550 milhões).

    O anúncio foi realizado por Ricardo Savini, CEO da Fluxus, durante um evento da Apex Brasil em Santa Cruz de la Sierra, que contou com a presença do presidente Lula (PT). Savini destacou que o portfólio da Fluxus na Bolívia inclui duas estações de tratamento e infraestrutura de transporte para distribuição de gás tanto para o mercado interno quanto para Brasil e Argentina.

    A expansão da capacidade de produção da Fluxus na América do Sul não para por aí. A empresa está de olho em novas áreas na Bolívia e em outros países sul-americanos como Argentina, Peru e Venezuela. “Além desse investimento no crescimento orgânico dos campos que já adquirimos, estamos analisando oportunidades em outros campos existentes”, afirmou Savini.

    Na Argentina, a Fluxus também adquiriu, no final de 2022, três blocos no campo de Centenário, na província de Neuquén, e um terço do campo de Ramos, na província de Salta, totalizando uma produção diária de 9.325 barris equivalentes de óleo, sendo 1,3 milhão de metros cúbicos de gás e 1.365 barris de petróleo.

    Savini destacou a importância estratégica da Bolívia para atender a demanda regional por gás, beneficiando diretamente a Âmbar. A empresa de energia é a quarta maior geradora de energia a gás natural no Brasil, com capacidade instalada significativa. Três usinas térmicas da Âmbar – UTE Cuiabá, UTE Araucária e UTE Uruguaiana – têm potencial de interligação com as operações da Fluxus, aproveitando a infraestrutura de gasodutos que conecta as reservas de gás da Bolívia e Argentina ao Brasil.

    O gasoduto Bolívia-Brasil, com 3.150 quilômetros de extensão, é crucial para o setor energético brasileiro, atravessando cinco estados: Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Savini também expressou otimismo em relação à atualização do marco regulatório do setor na Bolívia, que pode aumentar a atratividade dos investimentos em exploração no país.

    Fundada no início de 2023 por Ricardo Savini, ex-CEO da 3R Petroleum, a Fluxus foi adquirida pelo grupo J&F antes de completar um ano de atividades. Além de Savini, os cofundadores Jorge Lorenzón e Vitor Abreu, ambos com ampla experiência na indústria de petróleo e gás, permanecem na gestão da empresa, garantindo a continuidade e expertise na expansão dos negócios.

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