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    Gleisi rebate críticas de tucanos à política fiscal de Lula: "o fracasso subiu à cabeça"

    Presidente do PT lembrou que os resultados dos governos Lula e Dilma foram bem melhores do que os dos governos neoliberais

    Luiz Inácio Lula da Silva e Gleisi Hoffmann (Foto: Ricardo Stuckert)

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    247 – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, rebateu com veemência as críticas feitas por ex-presidentes do Banco Central (BC) à política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A crítica surgiu durante um debate sobre os 30 anos do Plano Real, organizado pelo BC, onde participaram Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Pedro Malan e Persio Arida, além do atual presidente, Roberto Campos Neto.

    Gleisi Hoffmann utilizou as redes sociais para defender a gestão fiscal dos governos petistas, comparando os resultados alcançados durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff com os índices dos governos que se seguiram. "Leio na mídia que quatro ex-presidentes tucanos do BC criticaram a política fiscal do governo Lula. Vamos lembrar que eles pegaram o país com a dívida líquida (a que conta, Governo Geral + BC) em 22% do PIB e entregaram a 57,4% em 2002. Lula derrubou a dívida para 37,1% em dois mandatos e ela estava em 38% quando derrubaram Dilma. O governo do golpe, que eles apoiaram, elevou a dívida líquida a 53% em pouco mais de dois anos! Bolsonaro e Paulo Guedes subiram para os mesmos 57% legados deles que hoje criticam Lula. É esse pessoal que hoje quer dar lições, como se o fracasso fiscal lhes tivesse subido à cabeça."

    Durante o debate, Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC, destacou a importância de manter a inflação sob controle e a necessidade de definir prioridades claras para compatibilizar o compromisso fiscal e social. Malan criticou a falta de clareza na definição de prioridades orçamentárias, afirmando que "quando tudo é prioritário, nada é prioritário."

    Persio Arida, um dos arquitetos do Plano Real, relembrou a oposição de Lula ao plano em seus primeiros anos e criticou a situação atual da política fiscal do país, afirmando que o "tripé macroeconômico é manco hoje em dia."

    Gustavo Loyola lamentou que o problema fiscal do Brasil ainda não tenha sido resolvido e ressaltou a importância da autonomia do Banco Central para manter a estabilidade econômica. Gustavo Franco, por sua vez, lembrou que muitos dos déficits nasceram de práticas antigas e elogiou o fortalecimento do Comitê de Política Monetária (Copom).

    Autonomia do Banco Central

    Roberto Campos Neto evitou críticas diretas à política fiscal atual, mas defendeu a proposta que concede autonomia financeira ao BC, destacando os desafios enfrentados pela instituição devido à "asfixia financeira e administrativa." A proposta de autonomia administrativa e financeira do BC tramita no Congresso e enfrenta resistência do governo.

    O senador Plínio Valério (PSDB-AM), relator da proposta, tem trabalhado para incorporar concessões ao governo Lula, buscando equilibrar a autonomia do BC com a supervisão do Congresso e a possibilidade de demissão do presidente do BC pelo presidente da República.

    As críticas dos ex-presidentes do Banco Central à política fiscal do governo Lula refletem preocupações de longa data sobre a estabilidade econômica do Brasil. No entanto, Gleisi Hoffmann defende a gestão fiscal dos governos petistas e acusa os críticos de hipocrisia, apontando para os resultados econômicos desfavoráveis dos governos que seguiram os mandatos de Lula e Dilma. 

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