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    Guido Mantega: Campos Neto está jogando uma bomba atômica na economia

    O economista e ex-ministro da Fazenda também avalia que o governo deveria encaminhar um pedido de destituição do presidente do Banco Central

    Guido Mantega e Roberto Campos Neto (Foto: Agência Brasil)

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    247 - O economista e ex-ministro Guido Mantega, que conduziu a economia brasileiro no período de maior prosperidade e inclusão social da história do Brasil, concedeu entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, e fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Não se esperava uma queda dos juros, mas uma redução em breve. A taxa de juros brasileira é a maior do mundo, mas nossa inflação não é. Hoje, 90% dos países estão com taxas de juros negativas. Será que o pessoal do Banco Central não sabe fazer cálculos? A inflação está sob controle no Brasil”, disse ele.

    Guido disse ainda que a meta de inflação deste ano, próxima a 3%, não vai ser alcançada porque foi uma meta absurda. Ela foi mal definida. “A inflação no Brasil não é de demanda e o Banco Central está usando o remédio errado”, afirmou. Ele disse ainda que o ministro Fernando Haddad está buscando um entendimento, mas avaliou que pode ser o momento de confrontar mais diretamente a autoridade monetária. “Permanecer com essa taxa de juros é uma bomba atômica na economia brasileira. O Banco Central está tentando se impor ao presidente da República e o governo deve partir para a destituição de Roberto Campos Neto. Até porque o Senado também é responsável pelo resultado econômico do País”, disse ele. “O governo Lula não pode falhar e não pode ficar dois anos com Campos Neto”, acrescentou.

    Na entrevista, Guido destacou que a principal política fiscal do presidente Lula foi o crescimento econômico, que fez crescer o emprego formal e a arrecadação de impostos. “Os empresários deveriam se preocupar com o crescimento, mas não querem que os salários cresçam. Temos no Brasil um capitalismo atrasado e predatório”, lamentou. 

    O ex-ministro disse ainda que o custo político de uma recessão seria muito alto para o presidente Lula e recordou que a Lava Jato destruiu a grande indústria de construção brasileira. “As dez maiores empresas foram quebradas e a Lava Jato paralisou a maior cadeia produtiva do País”, apontou. “No neoliberalismo, o Brasil estará condenado à estagnação eterna”, disse o ex-ministro que também afirmou que a China pode investir muito no Brasil, ao comentar a missão liderada pelo presidente Lula.

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