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    Ibovespa derrete com 'ruídos' envolvendo Haddad, Senado e MP do PIS/Cofins

    O Ibovespa cai mais de 1%, descolando do apetite a risco no exterior

    Fernando Haddad (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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    Reuters - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, pressionado por ruídos políticos e preocupações com o cenário fiscal no Brasil, descolando do apetite a risco no exterior após dados melhores do que o esperado sobre os preços ao consumidor nos Estados Unidos.

    Por volta de 11h15, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 1,3%, a 120.056,04 pontos, em pregão também marcado por vencimento de contrato futuro do índice. Mais cedo chegou a subir a 122.482,51 pontos. O volume financeiro somava 6 bilhões de reais.

    De acordo com o gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa sofre com novos ruídos envolvendo ataques dentro do próprio governo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além da devolução pelo Senado da MP do PIS/Cofins.

    "O ruído começou no já fragilizado equilíbrio fiscal e agora atinge o núcleo político do governo, principalmente na área econômica, que até agora tem sido fiador da credibilidade do governo junto ao mercado", ressaltou.

    A MP foi editada pela Fazenda para compensar a desoneração na folha de pagamento de vários setores, mas após uma reação bastante negativa de potenciais afetados o texto foi devolvido ao governo.

    Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável em maio, segundo o Departamento do Trabalho, contra expectativa de alta de 0,1% e após aumento de 0,3% em abril. Em 12 meses, avançou 3,3%.

    Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, subia 1,21%, renovando recordes, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA recuava a 4,2713%, de 4,402% na véspera.

    De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, William Catro Alves, o CPI mostrou mais uma vez uma evolução benigna, mas permanece bem acima da meta do Fed de 2%.

    "Acreditamos que o Fed vai querer ver a continuidade disso nos próximos dados para chancelar a possibilidade de cortes de juros", afirmou afirmando que a data em que o Fed começará a reduzir os juros segue imprevisível.

    Para a decisão do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed nesta quarta-feira não se espera mudança na atual taxa. Mas agentes financeiros estarão atentos às sinalizações sobre os próximos passos do BC norte-americano.

    Além do comunicado sobre o encontro, as projeções econômicas da autoridade monetária e a fala do chair Jerome Powell estarão sob os holofotes.

    Destaques

    - PETROBRAS PN recuava 0,83%, apesar do avanço dos preços do petróleo no exterior, uma vez que prevaleciam preocupações com o cenário doméstico. O barril de Brent, usado como referência pela companhia, tinha elevação de 1,5%.

    - ITAÚ UNIBANCO PN mostrava decréscimo de 0,98% e BRADESCO PN registrava queda de 2,01%, sucumbindo à piora do sentimento no mercado brasileiro.

    - MAGAZINE LUIZA ON recuava 4,42%, pressionada pelo movimento na curva de DI, que minava outros setores sensíveis a juros em meio aos ruídos políticos e preocupações com cenário fiscal no país.

    - VALE ON cedia 0,79%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China. A mineradora confirmou nesta quarta-feira que apresentou junto com as mineradoras BHP e Samarco uma proposta de 140 bilhões de reais para acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015.

    - SUZANO ON caía 0,78%, com agentes financeiros também avaliando o anúncio pela companhia de aquisição de 15% da fabricante europeia de fibras têxteis produzidas a partir de madeira Lenzing por 230 milhões de euros, com opção de compra de mais 15% até o final de 2028.

    - REDE D'OR ON valorizava-se 0,44% após seu conselho de administração aprovar na terça-feira um programa de recompra de até 30 milhões de ações, com valor total limitado a até 1 bilhão de reais e prazo de 12 meses.

    - EMBRAER ON subia 0,7%, conforme segue embalada por expectativas favoráveis sobre encomendas de aviões da brasileira.

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