Ibovespa fecha em alta com ajuda de Petrobrás
Outro motivo para o desempenho de Bolsa de Valores foi o avanço dos preços do petróleo no exterior
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (18), sustentado principalmente pelas ações da Petrobrás, após acordo tributário da companhia que agradou analistas e com avanço dos preços do petróleo no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,41%, a 119.630,44 pontos, após renovar mínima do ano no último pregão. Na máxima do dia, chegou a 120.108,98 pontos. Na mínima, marcou 118.872,22 pontos.
O volume financeiro somou apenas 18,5 bilhões de reais.
Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com um acréscimo de 0,25%, em dia de variações modestas em Nova York, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos recuava a 4,2169% no final da tarde, de 4,279% na véspera.
Na visão do analista Alex Carvalho, da CM Capital, a bolsa paulista teve uma "tentativa de estabilização" da queda em 2024, de mais de 11% até a véspera, favorecida pelo viés positivo no exterior, com alta do minério de ferro e do petróleo.
Ele ressaltou, contudo, que o cenário permanece de queda no curto prazo e ressaltou que as atenções na quarta-feira devem se voltar para a decisão de política monetária do Banco Central brasileiro, prevista para após o fechamento do mercado.
Pesquisa da Reuters entre 10 e 13 de junho com 40 economistas mostrou que a maioria (34) espera manutenção da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Os outros 6 veem um corte de 0,25 ponto percentual, para 10,25%.
Na expectativa da decisão do Copom, investidores também analisaram declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acusou o titular do BC, Roberto Campos Neto, de trabalhar "muito mais para prejudicar o país do que para ajudar".
Campos Neto ocupa o cargo até o fim do ano e há receios no mercado sobre o sucessor. "O mercado tem dúvidas sobre qual será a postura do novo BC frente a eventuais pressões políticas e desancoragem das expectativas de inflação", ponderou um gestor.
DESTAQUES
- PETROBRÁS PN subiu 3,13%, após anunciar que aderiu a um acordo para encerrar disputa judicial envolvendo dívidas tributárias relacionadas a contratos de afretamento de embarcações, o que terá um impacto de 11,9 bilhões de reais no lucro líquido do segundo trimestre. "Embora o impacto do acordo seja marginalmente negativo para os dividendos da Petrobrás no curtíssimo prazo, acreditamos que o anúncio será bem recebido pelos investidores", afirmaram analistas do BTG Pactual, destacando que o acordo implica desembolsos inferiores aos especulados pelo mercado nos últimos meses. No exterior, o barril de Brent fechou em alta de 1,28%.
- CSN ON disparou 9,07%, após a maioria dos ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que a Ternium deve pagar cerca de 5 bilhões de reais à companhia referente a um pleito da CSN de direito a "tag along" em função da alienação de controle da Usiminas para a Ternium. Na máxima da sessão, a CSN saltou quase 13%. A Ternium afirmou que irá recorrer da decisão. USIMINAS PNA valorizou-se 1,83%.
- SABESP ON recuou 2,97%, com ruídos envolvendo a oferta de ações que irá privatizar a empresa de saneamento básico do Estado de São Paulo, incluindo notícias sobre a desistência de potenciais interessados por descontentamento com algumas regras envolvendo a participação na operação. Os papéis fecharam o dia a 72,11 reais, distante das máximas do ano, que foram recordes, chegando a 84,14 reais em março.
- VALE ON avançou 0,46%, com os futuros do minério de ferro fechando em alta na China, embora abaixo da máxima da sessão, em meio à realização de lucros após rumores de mercado sobre um controle da produção de aço na província de Fujian, no sul daquele país. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações com alta de 0,24%, a 820,5 iuanes (113,08 dólares) a tonelada, após chegar a 840 iuanes por tonelada na máxima do dia.
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