Inflação sobe 0,56% em outubro, diz IBGE
No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 4,76%, contra alta 4,42% do mês anterior, ficando ligeiramente acima do teto da meta de 4,5%
Reuters - A inflação voltou a acelerar no Brasil em outubro e ficou acima do esperado já que os preços da energia elétrica e da carne continuaram pesando, o que levou a taxa em 12 meses ao maior nível em um ano e acima do teto da meta em meio a expectativas de que a alta dos preços irá superar o objetivo este ano.
Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,56%, depois de subir 0,44% em setembro, ficando acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,53% para o mês.
A leitura divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levou a taxa acumulada em 12 meses até outubro a um avanço de 4,76%, de 4,42% no mês anterior.
Isso deixa o IPCA acima do teto da meta para este ano, definida como 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, e marca o resultado mais elevado nessa base de comparação desde outubro do ano passado (4,82%)
Pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira mostrou que a expectativa para a alta do IPCA ao fim de 2024 é de 4,59%.
Na quarta, o BC decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 11,25% ao ano, sem deixar claro o que fará na reunião de dezembro.
Com as expectativas do mercado para a inflação desancoradas, o BC piorou sua projeção em relação a setembro, com a estimativa passando de 4,3% para 4,6% em 2024. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, já havia dito que a desancoragem das expectativas à frente preocupa muito.
O IBGE informou que em outubro tanto Habitação quanto Alimentação e Bebidas exerceram os maiores impactos, com altas respectivamente de 1,49% e 1,06%.
Entre os subitens, o maior impacto foi exercido pela energia elétrica residencial, depois de um aumento de 4,74% no mês devido à bandeira tarifária vermelha patamar 2, que traz a mais alta cobrança adicional, em meio a uma queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas durante o período seco à época.
Para novembro, os custos da energia devem se moderar, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a bandeira tarifária para o mês será amarela, devido a uma melhora das condições de geração de energia no país.
Já o aumento de preços na alimentação no domicílio chegou a 1,22% em outubro, com alta de 5,81% nos preços das carnes em geral - acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).
O aumento dos preços de comida representou a maior variação mensal das carnes desde novembro de 2020 (+6,54%) em meio a uma menor oferta devido ao clima seco e uma menor quantidade de animais abatidos, além do elevado volume de exportações, explicou o IBGE.
A única queda registrada em outubro veio de Transportes, com recuo de 0,38%, influenciado principalmente pela queda de 11,50% nos preços das passagens aéreas.
A inflação de serviços, ponto de preocupação com a renda em alta, continuou sendo fator de pressão uma vez que passou a subir 0,35% em outubro, de 0,15% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 4,57%.
O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, teve em outubro alta a 62%, de 56% em setembro.
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