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Ao comunicar alta na taxa de juros, Copom pressionou governo por corte de gastos

A autoridade monetária também fez ameaças de novas altas nos juros em caso de depreciação da taxa de câmbio

Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

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247 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cobrou um pacote de contenção de gastos por parte do governo federal ao comunicar a decisão de aumentar a taxa de juros em 0,5%, informa o Jota. O texto que justifica a alta nos juros afirma que as medidas fiscais ajudariam no controle da inflação e, consequentemente, na política monetária.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o documento.

A autoridade monetária também fez ameaças de novas altas nos juros em caso de depreciação da taxa de câmbio. “Uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”, afirma o colegiado.

Nos últimos dias, o governo federal, liderado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet (MDB), promoveu diversas reuniões ministeriais para definir como será feito o pacote fiscal. A expectativa é de que as medidas sejam anunciadas nesta quinta-feira (7) para posterior envio para serem aprovadas pelo Congresso.

As pressões pelos cortes de gastos por parte do mercado se intensificaram, principalmente após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e a alta do dólar. No entanto, alas do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendem que os ajustes fiscais não sejam feitos em cima de áreas sociais. Em uma entrevista à RedeTV!, Lula apontou para uma hipocrisia do mercado na cobrança pelos cortes e disse que o ajuste “não pode ser feito em cima do ombro das pessoas mais pobres”.

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