“Investimento em educação é um dos mais rentáveis em termos econômicos”, diz ex-ministro Renato Janine Ribeiro
De acordo com o atual presidente da SBPC, o Brasil, que tem somente 30% da população com condições para desenvolvimento educacional, poderia render muito mais caso ampliasse este panorama: “multiplicaríamos nossa criatividade e nossa produtividade por várias vezes”. Assista na TV 247
247 - Ex-ministro da Educação e novo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), Renato Janine Ribeiro falou à TV 247 sobre a falsa oposição entre economia e investimento em conhecimento.
Segundo Janine Ribeiro, o Brasil, como país que oferece somente a 30% da população as condições necessárias para um bom desenvolvimento educacional, já conseguiu feitos muito relevantes, como chegar a ser a 6ª economia do mundo, por exemplo. Porém, ele ressalta: o que não poderia ser feito se as condições fossem oferecidas a 100% da população?
“Um país como o Brasil, que tem apenas 30% da população com todas as oportunidades em termos não só de educação mas de moradia, alimentação, saúde e transporte, e tem 70% abaixo desse piso de oportunidades, um país assim está rendendo muito menos do que poderia. Se nós conseguimos ser a 6ª ou 7ª economia mundial desse jeito, se conseguimos chegar a ser o 12º país do mundo em produção científica qualificada rendendo com 30% da população, imagine se a gente tiver 100% da população com as oportunidades? É óbvio que nós vamos multiplicar nossa criatividade e nossa produtividade por várias vezes. Vamos ter um potencial realizado muito maior”. Ele ainda afirmou: “investimento em educação é um dos mais rentáveis do ponto de vista econômico. Você cria uma mão de obra qualificada”.
De acordo com o ex-ministro, o Brasil só será um país desenvolvido quando conseguir realmente avançar na produção de ciência. O foco somente em industrialização, segundo ele, já é coisa do passado. “Se a gente olhar 60 ou 70 anos atrás, nós estávamos entre os países subdesenvolvidos porque nossa produção era mais agropecuária e extração de minerais, enquanto o desenvolvimento estava ligado à indústria. O Brasil se industrializou, depois se desindustrializou. Hoje, a diferença não é exatamente agropecuária e extratividade versus indústria. Hoje é inteligência e ciência embutidas nos produtos versus não embutidas. Se você tiver um setor de indústria de alta complexidade ou um setor de serviços de alta qualificação científica, você é um país desenvolvido. Se não tiver, você está no subdesenvolvimento. E o Brasil está nesse subdesenvolvimento, então ele tem que mexer nisso, os governos futuros e a sociedade brasileira têm que ter muita noção disso”.
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